Se você é um cristão que gosta de seguir as crenças da religião, com certeza deve evitar comer carne vermelha na Sexta-Feira da Paixão ou até mesmo durante todo o período da Quaresma, não é mesmo? Desta forma, o mais comum é comer qualquer tipo de peixe na Quaresma. Mas afinal, por que esse costume surgiu?
Primeiramente, essa tradição de não comer carne vermelha na Sexta-Feira da Paixão ou na Quaresma é uma forma de, digamos, honrar o sacrifício que Jesus Cristo fez ao passar 40 dias em jejum no deserto antes de se apresentar como profeta.
No entanto, também existem outras explicações que vão além desta citada acima. Por exemplo, na antiguidade, a carne vermelha sempre foi vista como símbolo de luxo e festança. Ou seja, consumí-la durante a Quaresma nunca foi algo muito bem visto nesta época.
Outro exemplo vem de escrituras de São Tomás de Aquino. Segundo suas palavras, a crença surgiu como uma forma de evitar prazeres, como sexo, durante a Quaresma.
“A igreja proibiu aqueles que jejuam de comer alimentos que proporcionam mais prazer ao paladar e que seu consumo resulta em um maior excedente de material seminal, que quando abundantes, se torna um grande incentivo à luxúria”. Aquino ainda estendeu essa proibição às aves, ao citar que elas eram animais de “sangue quente”, diferente dos peixes.
E também há quem cite que a crença surgiu por interesses particulares do próprio Vaticano, que era proprietário de vários comércios marítimos.
Mas, claro, essa história de que se deve comer peixe na Quaresma não tem lá um consenso justamente por existirem várias versões e interpretações dessa crença. Quer um exemplo? Em 2010, o arcebispo da cidade americana de Nova Orleans afirmou que era tranquilo se alimentar de carne de jacaré durante a Quaresma, pois ele seria “da mesma família dos peixes”, segundo as palavras do religioso.
Além disso, vale lembrar que a restrição de comer peixe na Quaresma é mais comum nos cristãos católicos. Por exemplo, na Inglaterra do rei Henrique VIII, fundador da igreja anglicana, comer peixe chegou a ser considerado um ato a favor da Igreja Católica, com quem rompeu laços.