Qual é a ciência por trás de um agente químico?

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Recentemente, aproximadamente 60 pessoas, incluindo 11 crianças, morreram durante um ataque químico na província de Idlib, no norte da Síria, segundo agências de notícias. O gás mortífero ainda tem de ser identificado, mas especialistas acreditam se tratar de um agente químico.

Em fevereiro, o gás VX, um agente químico extremamente poderoso, foi utilizado para matar Kim Jong-nam, o meio irmão do ditador Norte Coreano Kim Jong-un.

Mas o que são esses exatamente esses produtos químicos mortais, e quais tipos de tratamento podem ser utilizados para salvar aqueles que entraram em contato?

Definição

Os agentes químicos são produtos químicos extremamente venenosos que podem interferir nos sinais do nosso sistema nervoso, segundo o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos. Existem diversos tipos deles, mas o mais conhecido é o gás Sarin, que ficou famoso após o ataque ao metrô de Tóquio em 1995, arquitetado pelo culto Aum Shinrikyo, e que matou 12 pessoas.

O ataque mais recente com o Sarin aconteceu também na Síria, em 2013, e matou aproximadamente mil pessoas, segundo o The New York Times. Após isso, o ditador sírio Bashar al-Assad disse que o país não utilizaria mais armas químicas, além de encerrar a produção delas.

Outros agentes químicos conhecidos são o Soman e o Tabun. Eles são líquidos limpos, sem qualquer tipo de cheiro e gosto, e que possuem um leve cheiro de frutas. Junto do Sarin, eles costumavam ser utilizados como base de inseticidas desenvolvidos nas décadas de 30 e 40. Eles fazem parte da classe de produtos químicos chamados de organofosfatos.

E como funcionam?

Os pesticidas organofosfatos e agentes nervosos se ligam com uma enzima que desliga a molécula acetilcolina, responsável pelos impulsos nervosos dos neurônios para as células musculares.

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Sem essa enzima, a acetilcolina continuará a estimular “agressivamente” os receptores dás células nervosas, de acordo com o Doutor Lewis Nelson, da Escola Médica de Rutgers, no estado de nova jérsei.

Os pesticidas organofosfatos costumam fazer mais ligações com as enzimas presentes em glândulas, o que causa a liberação de diversos fluidos. Portanto, uma pessoa exposta a tais produtos pode salivar, chorar, suar e urinar em excesso. Edemas pulmonares também são comuns, e é algo que causa o acúmulo de líquido nos pulmões. O que, geralmente, leva o indivíduo a óbito.

Já os agentes nervosos têm como alvo as enzimas presentes nas junções neuromusculares do corpo, local no qual os nervos encontram os músculos. Uma vez que eles desabilitam as enzimas que desligam a acetilcolina, ela começa a se acumular nos músculos, o que causa contrações excessivas.

“Algumas pessoas descrevem como um saco de minhocas. Você faz esses pequenos movimentos em todos os músculos de seu corpo. Então, um minuto ou dois depois disso, eles ficam paralisados”, disse Nelson. Por consequência, a pessoa não consegue mais operar os músculos necessários para a respiração, e acaba falecendo.

Tratamentos disponíveis

Os agentes químicos agem rápido, e seus sintomas são notados em minutos. Segundo o Doutor Lewis Nelson, pessoas expostas a esses produtos devem se descontaminar imediatamente, como remover suas roupas, lavar a pele e olhos com água e sabão e fazer gargarejo com água.

Se a pessoa ficar paralisada, outra pode colocar uma máscara de oxigênio, e assim ajudar a vítima a respirar. Existem também dois antídotos: um é a atropina, que bloqueia os receptores da acetilcolina, para evitar uma estimulação excessiva. O outro é chamado pralidoxima, que remove os organofosfatos da enzima que desliga a acetilcolina.

O único problema é que tanto a atropina quanto a pralidoxima devem ser aplicadas em, no máximo, 10 minutos após o contato para realmente funcionarem.

Fonte: LiveScience
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