Queimadas florestais são um grande medo de quem mora próximo a reservas ambientais, mas os vizinhos dos incêndios não são os únicos afetados.
Com o aumento desses focos de fogo em regiões de mata com o aquecimento global e as mudanças climáticas, o mais provável é que ainda mais pessoas sejam prejudicadas por esse fenômeno, mesmo em áreas mais urbanas e distantes da vida selvagem.
Muitas vezes, queimadas que acontecem na costa oeste dos Estados Unidos acabam interferindo no clima da costa leste, do outro lado do país, com situações similares na Sibéria, região norte da Rússia, que acaba mandando cinzas por todo o Polo Norte, chegando no Canadá.
Além dos céus acinzentados ou alaranjados no pôr-do-Sol, essas nuvens gigantes de fuligem podem causar outros problemas, mesmo para quem está longe.
As partículas microscópicas de fuligem podem causar grandes danos aos pulmões e ao sistema respiratório no geral, bem como ao coração. Isso inclui piora em casos de Covid-19 e outras doenças, indo até ao enfraquecimento do sistema imunológico.
Por serem muito pequenas e leves, essas partículas podem ser carregadas pelo vento por distâncias enormes, praticamente globais.
Se as queimadas se tornarem mais frequentes, não é exagero dizer que toda a população mundial teria sua saúde afetada. Infelizmente, é para isso que estamos caminhando com a temperatura do planeta aumentando tanto e de forma tão rápida.
Queimadas no Brasil
No Brasil, o cenário não é diferente. As queimadas acontecem não só na Floresta Amazônica, como também no Pantanal e nas já escassas áreas de Mata Atlântica.
Até mesmo a caatinga, tipo de vegetação comum no nordeste e centro-oeste, acostumada a sobreviver por períodos de seca e calor intenso, vem sendo destruída por incêndios, algumas vezes criminosos, outras causados pelo clima.
Isso faz com que regiões distantes desses biomas também sejam afetados. Em 2020, a cidade de São Paulo e sua região metropolitana foram cobertas por nuvens escuras, parecidas com as de chuva, mas formadas por fuligem de queimadas no Pantanal, no Mato Grosso, que vieram viajando junto com correntes de ar.
Alguns lugares registraram chuva negra, com a água misturada às partículas de vegetação queimada.