A Muralha da China ou Grande Muralha, como é conhecida, é uma construção militar do período da China Imperial. Consiste em diversas muralhas construídas ao logo de várias dinastias entre o ano 220 a.C e o final do século XV, durante a Dinastia Ming.
No passado, a construção serviu como forma de defesa, protegendo as fronteiras chinesas contra exércitos inimigos que pudessem surgir. Hoje, a Muralha se tornou um símbolo e cartão postal da China, sendo um de seus principais pontos turísticos.
Um pouco de história
Por muito tempo pensava-se que Grande Muralha fora construída com o propósito de barrar a invasão de exércitos que poderiam representar ameaça ao império Chinês; em especial forças do exército Mongol.
Entretanto, o império Qin não estava sob ameaça dos povos que habitavam o norte. Mesmo os poucos integrantes Hsing-nu foram expulso do território chinês pelo exército de Meng T’ien sem apresentar resistência.
Uma das hipóteses mais aceitas é que a Muralha seria um sistema de defesa contra ameaças que surgissem no futuro. Ainda assim, isso não justifica as inúmeras vidas perdidas durante sua construção.
Outra hipótese é de que a muralha seria uma forma de castigo para os rebeldes ou uma fonte de trabalho e renda para os inúmeros soldados remanescentes da guerra entre estados. Ou ainda, que ela seja fruto da obsessão do imperador Qin Shi Huang Di, que era apaixonado por grandes construções.
Depois da morte do imperador Qin Shi Huang, houve um período de movimentos políticos e revoltas. Por esta razão, os trabalhos na Grande Muralha ficaram paralisados, só sendo retomados por volta de 206 a.C, quando ocorreu a ascensão da Dinastia Han ao poder.
Foi apenas no século XV, durante a Dinastia Ming, que Muralha da China adquiriu o seu tamanho colossal. A mão de obra contou com camponeses, prisioneiros e soldados, do quais estima-se que 80% perderam a vida por causa do frio e da alimentação precária.
Um muro de extensão continental
Originalmente, a Grande muralha media 21.196 quilômetros de extensão e aproximadamente 7 metros de altura. Contudo, boa parte de sua construção, cerca de 9 mil quilômetros, já não está mais em pé ou encontra-se bastante degradada. Isso porque muitos tijolos foram retirados ilegalmente para a construção de casas.
Ela se estende desde o passo de Jiayuguan (província de Gansu), lado oeste, até a foz do rio Yalujiang (província de Liaoning), lado leste. Nesse percurso a muralha atravessa o Deserto de Gobi, além de quatro províncias chinesas (Hebei, Shanxi, Shaanxi e Gansu) e duas regiões autônomas (Mongólia e Ningxia).
Muralha da China possui diferentes tipos de estruturas
Tendo sido construída ao longo de séculos, a Grande Muralha possui aparência diferente dependendo da região em que se encontra.
É notório o uso de diferentes tipos de materiais e técnicas empregadas em sua construção. Próximo a Pequim os muros são compostos de blocos feitos de pedra de calcário, enquanto em outras regiões foi empregado o uso de tijolos ou granito.
Os pavimentos inferiores da muralha guardavam alojamentos para os soldados e estábulos para os animais, além de depósito de armas e suprimentos. Sinais de fumaça e fogo serviam para alertar da presença do inimigo.
A construção também tem como característica diversos fortes e quarenta mil torres de vigia, para observar a aproximação de inimigos.
Em abril de 2009, cientistas chineses anunciaram que a extensão total da muralha é de 8.850 km.
Patrimônio Mundial e Maravilha do Mundo Moderno
Em 1986, a China inscreveu vários de seus monumentos na UNESCO. No ano seguinte, todos eles, incluindo a Grande Muralha foram aprovados pelo Comitê do Patrimônio Mundial.
Em 2007, um concurso informal elegeu a Muralha da China como uma das 7 maravilhas do mundo moderno.