Quando pensamos em espionagem e serviços de inteligência, lembramos logo da CIA americana, ou do MI6 britânico. Mas e o Serviço Secreto Brasileiro?
Ele existe, e funciona sob o nome oficial de Agência Brasileira de Inteligência, mais conhecida sob a sigla Abin. O órgão é diretamente submisso ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência e tem uma atuação variada e importante.
A Abin tem suas origens ligadas à dissolução do antigo serviço secreto brasileiro, chamado de Serviço Nacional de Informações (SNI). Esse órgão foi criado logo no início da Ditadura Militar no Brasil e, mais do que um serviço de inteligência, era muito associado à repressão, torturas e assassinatos cometidos na época.
Em 1990, sob o governo de Fernando Collor, nasceu a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), substituta do SNI, com um caráter mais civil do que militar.
Foi em 1999, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, que a Abin foi estruturada à maneira que permanece até hoje. Normalmente sob comando militar, o órgão opera tanto dentro quanto fora do Brasil.
Seus agentes, desde os tempos de SNI, são conhecidos como “arapongas”, uma ave nacional que emite um som bem característico. O apelido ganhou uma conotação depreciativa com o passar dos anos e em 2005 a Abin adotou como símbolo o carcará, outra ave brasileira, conhecida por ser uma caçadora precisa e leta.
O apelido novo, obviamente, nunca pegou.
Atuação
A Abin, como serviço secreto brasileiro, funciona como qualquer órgão do tipo em qualquer país. Atualmente, a agência atua em assuntos de segurança nacional, além de também trabalhar em parceria com serviços secretos de outros países. Há escritórios e bases espalhadas por todo o território nacional e sim, há agentes secretos.
No passado, enquanto funcionava como SNI sob a Ditadura Militar, o serviço secreto brasileiro foi um dos grandes responsáveis pela execução da chamada Operação Condor.
Ela consistia em uma parceria de alguns setores militares de países da América Latina com a CIA americana, apoiando ditaduras militares em países como Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai, além do Brasil.