No final do século XIX, mais especificamente em março de 1898, ingleses iniciaram a construção de uma ferrovia sobre o rio Tsavo, no Quênia.
O engenheiro Coronel John Henry Patterson (1865 – 1947) foi contratado para liderar a construção.
A construção parecia que seria tranquila, mas, após a chegada do engenheiro, um série de mortes se iniciaram na região.
Os responsáveis pelas mortes eram dois leões, os quais foram chamados de Sombra e Escuridão.
O terror noturno
Durante aproximadamente nove meses, quase todas as noites homens eram arrastados de suas tendas e devorados de forma feroz pelos leões de Tsavo. Não demorou para o pânico se instaurar na região.
Os trabalhadores tentaram se proteger dos ataques dos leões de várias formas, que incluíram a construção de cercas de espinho ao redor do acampamento e grandes fogueiras para espantar os bichos.
O toque de recolher era bastante rigoroso. Mas, ainda assim, os ataques não cessaram e as obras tiveram que ser suspensas, pois os trabalhadores passaram abandonar o trabalho com medo de acabar sendo a próxima vítima dos leões de Tsavo.
Leões de Tsavo eram considerados demônios
Os trabalhadores da obra que presenciaram os ataques dos felinos testemunharam que os leões eram espécies de demônios.
Isso se deve ao comportamento dos animais, que atacavam sempre com uma estratégia e de forma coordenada.
Número de mortes é incerto
Estima-se que durante os nove meses, os leões de Tsavo teriam atacado e matado aproximadamente 140 pessoas.
Contudo, registros históricos sugerem que somente 30 mortes estavam ligadas aos leões.
Explicação para o comportamento dos leões
Pesquisadores levantaram a teoria de que o comportamento dos leões de Tsavo se devia a baixa população animal na cadeia alimentar.
Além do que, na época, as vítimas não eram enterradas com as técnicas corres, o que fazia com que os leões voltassem ao local atraídos pelo cheiro de sangue.
Outra hipótese seria a de que os leões possuíam doenças dentárias, que influenciavam diretamente no comportamento de caça.
Além disso, como a área era uma rota do tráfico negreiro, onde muitos corpos eram abandonados, os leões passaram a se alimentar de restos humanos e achar que o homem era a sua presa principal.
Leões foram caçados e mortos
O Coronel Patterson considerou uma questão de honra capturar e matar os leões que lhe causaram tantos problemas.
Como ele era um caçador experiente, iniciou a caçada e meses depois conseguiu matar o primeiro leão, mais precisamente no dia 9 de dezembro de 1898.
O segundo leão foi morto 20 dias depois.
Ambos os leões eram machos, sem juba e anormalmente grandes, quando comparados com os outros. Cada um deles tinha mais de três metros de comprimento.
Patterson foi aclamado como herói após a morte dos animais e as obras puderam ser retomadas. A construção foi concluída em 1899.
Animais estão em exposição
Sombra e Escuridão estão empalhados em exposição permanente no Museu Field de História Natural, em Chicago.
A história também rendeu uma produção cinematográfica chamada de “A Sombra e a Escuridão” (The Ghost and the Darkness), que foi lançada em 1996.
O filme foi dirigido por Stephen Hopkins e é baseado no livro “Os devoradores de homens de Tsavo” (The Man-Eaters of Tsavo), escrito pelo Coronel John Henry Patterson.