Sorrisos e outras expressões faciais podem fazer com que atletas percebam menos o esforço que fazem para realizar atividade física. Essa diminuição no chamado esforço percebido, pode aumentar de fato o rendimento do atleta.
É o que diz o estudo feito pelos cientistas Noel Brick e Richard Metcalfe, da Universidade Ulster e Universidade de Swansea, respectivamente, ambas no Reino Unido. Eles afirmam que, embora a técnica seja usada por alguns atletas de alto nível, como maratonistas olímpicos, nenhum estudo científico havia sido realizado até agora.
A pesquisa foi feita com 24 corredores, que realizaram provas de 6 minutos em uma esteira. Eles correram usando máscaras para medir a quantidade de oxigênio consumido e foram orientados a realizar a prova de quatro formas diferentes: sorrindo, franzindo a testa em uma expressão de mau humor, mantendo a expressão normal ou tentando relaxar o tórax e as mãos.
Os participantes também foram questionados, depois da corrida, sobre o esforço percebido. O resultado mostrou que os atletas que sorriram não só consumiram menos oxigênio e consequentemente menos energia, como também perceberam menos esforço ao realizar a prova.
Aqueles que relaxaram o tórax e as mãos também obtiveram resultados satisfatórios, embora menos do que os que sorriram. Os que correram com expressão de mau humor acabaram consumindo mais energia e perceberam mais esforço na corrida.
Mas por que isso acontece?
O impacto das expressões faciais no rendimento dos atletas tem a ver com o conceito de “emoções incorporadas”, que consiste na ideia de que a expressão facial afeta a forma como as emoções são sentidas.
Além disso, a expressão tipicamente mal humorada tende a contrair mais os músculos da face, o que requer energia, enquanto o sorriso relaxa a musculatura, poupando energia.
Mais pesquisas devem ser realizadas para entender o impacto das expressões faciais em outras modalidades esportivas e a quantidade de tempo que o sorriso durar para ter efeitos perceptíveis em competições, por exemplo.
