A teoria mais aceita a respeito da extinção dos dinossauros afirma que eles desapareceram da face do planeta após um asteroide acertar a Terra há 66 milhões de anos. Todos sabemos que nossa casa viveu consequências catastróficas após o impacto, e agora, acabamos de descobrir mais uma, que está constantemente na mídia.
Um estudo publicado no renomado jornal Science concluiu que a Terra teve de conviver, por cerca de 100 mil anos, com o aquecimento global, justamente por conta do impacto que resultou na criação da Cratera de Chicxulub. Vale lembrar que o efeito surgiu após a Terra vivenciar um inverno global.
De acordo com os cientistas responsáveis pelo estudo, o impacto produziu cerca de cinco graus a mais de temperatura em áreas subtropicais por aumentar os níveis de dióxido de carbono no planeta. E criou alguns efeitos considerados inimagináveis, como crocodilos vivendo nos pólos do planeta, de acordo com o principal autor do estudo, Ken MacLeod, paleontólogo da Universidade do Missouri, nos EUA.
A pesquisa foi realizada a partir de restos mortais de peixes, como ossos e dentes, que foram encontrados em um sítio arqueológico na Tunísia. Eles serviram como uma espécie de termômetro, pois os fragmentos contém alguns isótopos de oxigênio, os átomos que possuem diferentes números de neutrons e pesos atômicos.
O motivo é que a temperatura da água é capaz de alterar a abundância desses isótopos. Caso haja alguma mudança no padrão, se trata de um sinal de mudança na temperatura.
Desta forma, os cientistas responsáveis pela pesquisa acreditam que agora, podemos considerar que a quase extinção de qualquer vida na Terra, após o impacto, passou por quatro fases.
A primeira, obviamente, foi o próprio impacto do asteroide, que criou ondas e choque e tsunamis pelo planeta. Depois, veio o calor gerado pelo acidente, que praticamente transformou o céu em um forno e causou diversos incêndios, de acordo com MacLeod.
A terceira foi marcada por anos de frio e escuridão, já que a poeira dissipada pelo impacto cobriu todo o planeta e impediu a entrada de luz solar na Terra.
E agora, também podemos considerar um quarto cenário. “Qualquer coisa que não foi morta pelo impacto do calor teve de lidar com anos de pouca, ou sequer nenhuma vegetação. E qualquer espécie que sobreviveu teve de lidar com 100 mil anos de aquecimento global”, disse MacLeod.