As Olimpíadas de 1972, realizadas em Munique, na Alemanha, foram marcadas por um fato trágico.
Até hoje esse episódio é conhecido como “Massacre de Munique” ou Tragédia de Munique.
No dia 5 de setembro, um grupo de terroristas palestinos fizeram onze integrantes da equipe olímpica de Israel reféns.
Segurança fraca favoreceu o ataque
Quando o episódio aconteceu, os Jogos Olímpicos já estavam em sua segunda semana.
Com os jogos perto do fim, o Comitê Olímpico Organizador da Alemanha Ocidental reduziu a segurança para não passar a impressão de militarização na região. Assim, os atletas ficaram totalmente à mercê dos ataques.
Delegação israelense sabia que corria risco
A delegação israelense já chegou à Alemanha preocupada com sua segurança.
Para piorar a situação, o fato de os atletas israelenses estarem em acomodações isoladas próximas aos portões da Vila Olímpica, os deixou ainda mais vulneráveis.
Momentos de terror vividos pela delegação
Na noite do dia 4 de setembro, vários atletas israelenses estavam de folga assistindo a uma peça e logo em seguida foram jantar.
Os atletas dormiam tranquilos quando às 4h30 da manhã do dia 5 setembro, oito terroristas do grupo palestino denominado Setembro Negro, escalaram as cercas de aproximadamente dois metros para obter acesso à Vila Olímpica.
Em suas mochilas, os terroristas carregavam armamento pesado, como rifles, pistolas e granadas. Os terroristas haviam passado por um treinamento na Líbia e no Líbano antes de realizarem o que mais tarde seria chamado de “Massacre de Munique“.
Dentro da Vila Olímpica, os terroristas roubaram chaves e entraram em dois apartamentos ocupados por israelenses.
O árbitro de luta greco-romana, Yossef Gutfreund, foi o primeiro a perceber a invasão terrorista e tentou alertar quem estava dormindo. Ele usou um equipamento de ginástica de cerca de 135 quilos para tentar bloquear a porta.
O treinador Moshe Weinberg tentou impedir os terroristas, mas foi alvejado com um tiro na boca. Mesmo ferido, Weinberg conseguiu enganar os terroristas dizendo que o quarto que eles pretendiam atacar não era ocupado por israelenses.
Weinberg guiou os terroristas ao apartamento ocupado por lutadores profissionais, pois pensava que eles teriam maiores chances. Mas, como estavam dormindo foram pegos desprevenidos, os lutadores foram facilmente capturados.
Ao entrar em luta corporal com os terroristas, Weinberg foi novamente baleado e acabou morrendo.
Ao todo, nove atletas foram feitos reféns. O lutador Yossef Rumano, tentou conter os terroristas, mas acabou morto e seu corpo foi deixado no quarto junto aos reféns para servir de exemplo ao que tentassem resistir.
Os reféns ficaram presos em quarto, amarrados nos pulsos e tornozelos.
Sequestro de atletas chamou atenção do mundo
O sequestro, rapidamente alcançou repercussão mundial. Os terroristas exigiam a libertação de 234 detentos palestinos que estavam presos em Israel, além da libertação de dois alemães membros do Exército Vermelho.
O corpo de Weinberg foi jogado para fora do prédio como forma de mostrar que os sequestradores estavam determinados a ir até as últimas consequências.
Como a energia não foi cortada nos apartamentos, os terroristas conseguiram ver a chegada dos policias ao prédio. Se vendo cercados, eles passaram a exigir helicópteros e aviões.
As exigências foram aceitas, mas os agentes alemães pretendiam fazer uma emboscada aos terroristas.
Infelizmente, por falta de preparo e desorganização, o plano dos agentes deu totalmente errado. Assim, o caos se instaurou e o número de mortes foi elevado.
Cinco terroristas foram abatidos e três capturados, mas onze reféns e um policial alemão também perderam a vida no episódio que ficou marcado como “Massacre de Munique“.
O Comitê Organizador das Olimpíadas suspendeu os jogos com uma cerimônia no estádio olímpico de Munique para homenagear os reféns mortos.
O atentado violento foi condenado por autoridades de todo mundo.
“Massacre de Munique” foi retratado em filme
A tragédia foi contada no filme “Munique”, lançado em 2005, por Steven Spielberg.
O filme foi indicado em cinco categorias do Oscar, incluindo melhor filme e melhor diretor.
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