Vírus da América do Sul foi usado na Austrália para acabar com coelhos

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Na década de 50, a Austrália foi tomada por uma verdadeira invasão de coelhos, que acabaram se tornando uma praga. A solução foi um tanto radical: um vírus foi importado da América do Sul para reduzir a população dos animais na ilha.

Os coelhos foram introduzidos na Austrália no século XIX, pelos colonos ingleses, para serem presas de caça esportiva. Acontece que os orelhudos acabaram se vingando dos tiros que levavam. Eles passaram a se reproduzir de forma descontrolada e a destruir plantações, prejudicando todo o sistema agropecuário australiano.

Bill McDonald, de 88 anos, é um criador de ovelhas que presenciou a crise dos coelhos. Ele afirma que certamente a quantidade de animais chegou aos bilhões. “Não exagero quando digo que o solo literalmente se movia. A quantidade de coelhos era tão grande que, se você caminhasse pelo campo, teria a sensação de que o pasto caminhava junto”, relembra.

O governo não teve outra opção senão ser usar guerra biológica contra os animais. Foi descoberta no Uruguai uma doença, a mixomatose. Ela era transmitida por um mosquito e afetava os coelhos causando tumores na pele e mucosa. Eles morriam de forma bastante sofrida, sendo que pelo menos 90% dos coelhos da Austrália acabou morrendo pela doença.

Mas esse era só o começo da guerra.

Coelhos: Guerra Infinita

Apesar do controle conseguido na década de 50, alguns dos sobreviventes desenvolveram imunidade a mixomatose e na década de 90 os coelhos voltaram a incomodar os agricultores. Dessa vez o governo lançou mão de uma nova arma: o calicivírus.

Mesmo assim, o controle foi temporário. Muitos animais já são imunes ao calicivírus e em breve uma nova guerra entre humanos e coelhos deve começar na Austrália. Esse é um caso clássico de como a inserção de animais em ambientes não naturais para eles pode ser catastrófica.



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