O campo magnético da Terra é essencial para que o planeta seja como ele é hoje, mas há alguns milhões de anos, nós quase ficamos sem ele. A ausência do campo magnético terrestre transformaria o planeta em algo parecido com as imagens de Marte que vemos a partir dos robôs mandados até lá, impossibilitando a vida da forma que conhecemos por aqui.
De acordo com um estudo feito por cientistas da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, há aproximadamente 565 milhões de anos, já na parte final do período Ediacarano, a Terra correu um sério risco de perder seu campo magnético. A culpa do “quase desastre” foi do núcleo do planeta, que começava naquela época a ficar sólido.
Desde sua formação, a Terra vem se resfriando de fora para dentro. A crosta foi a primeira se solidificar, com o manto até hoje sendo composto por rochas e metais derretidos. Pela pressão de tudo o que está por cima, o núcleo é mais sólido e esse processo de solidificação acabou provocando a expulsão de alguns elementos em direção à crosta, sendo eles basicamente sílica, oxigênio e magnésio.
Quando esses elementos foram se tornando escassos, as partículas eletrizadas estavam parando de circular no planeta, o que causou a quase extinção do campo magnético da Terra. Mas felizmente, o planeta “pegou no tranco” novamente.
Ligando a máquina
O resfriamento do núcleo da Terra, ao mesmo tempo em que foi o catalisador do evento que quase acabou com o campo magnético do planeta, também foi o responsável por colocar tudo novamente nos eixos. Conforme esfriava, o núcleo aumentava de tamanho e foi isso que fez o campo magnético ganhar força de novo.
Com o núcleo maior, a quantidade de metal sólido também aumentou, fazendo com que o trânsito das partículas eletrizadas voltasse a ser como era e como continua sendo até hoje. Possivelmente daqui a bilhões de anos, quando o planeta todo estiver bem mais frio, o magnetismo terrestre sofra novas mudanças.