10 consequências do final da Segunda Guerra Mundial que você não sabia

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A Segunda Guerra Mundial terminou no dia 15 de agosto de 1945, data em que o Japão se rendeu oficialmente. Nestas horas, lembramos que Hitler já estava morto, o Holocausto deixou de ser um pesadelo na vida dos judeus e que muitos inocentes poderiam resumir suas vidas cotidianas. No entanto, a conclusão do conflito teve sérias consequências que levaram anos para terminar. E apostamos que você não conhece metade delas.

Com isso em mente, confira abaixo 10 consequências do final da Segunda Guerra Mundial que você não sabia.

A expulsão dos alemães de muitos países europeus

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No verão do hemisfério norte de 1945, a Alemanha nazista tinha acabado de perder a Segunda Guerra Mundial. Nem é preciso dizer da antipatia que as demais nações europeias tinham dos alemães, e por conta disso, minorias alemãs foram expulsas de muitos países do velho continente.

A Tchecoslováquia, Polônia, Hungria e a Iugoslávia tinham uma porção considerável de alemães vivendo em suas terras, e as Forças Aliadas não tiveram outra escolha a não ser expulsá-los desses países de volta à Alemanha. Foi uma das maiores migrações da história da humanidade.

E essa migração forçada não foi nada amigável. Os poloneses, checos e eslovacos expulsaram muitos alemães após apontarem armas para eles e os ameaçarem de morte.

A fuga de nazistas para a Argentina

Sabemos que a Segunda Guerra Mundial ficou bem distante da América do Sul e que o Brasil foi o único país a enviar tropas para o conflito mais famoso da história. Mas bastou a guerra terminar para que esse status mudasse.

Muitos nazistas de alto escalão escaparam para o Brasil, Chile e Argentina com a ajuda das comunidades alemãs que ainda vivem por aqui. Mas o negócio pegou mesmo com os nossos vizinhos.

Sim, a Argentina chegou a declarar guerra, mesmo que simbolicamente, contra o Eixo, mas nem todos ficaram felizes com isso. O presidente Juan Peron chegou até mesmo a pedir para a inteligência do país que facilitasse a entrada de nazistas na Argentina e que ainda tivessem ajuda em sua adaptação.

Em torno de 5 mil nazistas fugiram para a Argentina e nunca pagaram pelas atrocidades que cometeram.

Antissemitismo na Polônia

Estamos cansados de saber que os Judeus foram o povo que mais sofreu com a Segunda Guerra Mundial e que muitos fugiram do continente europeu no início do conflito. Mas alguns até que tentaram retornar para casa. A França, por exemplo, recebeu muito bem os refugiados judeus. Mas isso não aconteceu na Polônia.

A cidade de Kielce tinha 24 mil judeus antes da guerra e apenas 200 deles retornaram para o local após o término do conflito. Mas em julho de 1946, um menino sumiu por dois dias e quando foi encontrado, mentiu e disse que foi sequestrado por um judeu.

Os cidadãos de Kielce e até a polícia acreditaram na história, se armaram e começaram a atacar os judeus do local. 42 pessoas acabaram morrendo, incluindo uma mulher que estava prestes a dar à luz, enquanto que outras 40 ficaram feridas.

Os prisioneiros de guerra que voltaram a ser presos

A bandeira da União Soviética

Ser um prisioneiro de guerra nessa época era terrível. Os japoneses torturavam e matavam muitos deles, enquanto que os alemães executaram muitos soviéticos. Dos 5,7 milhões de soldados capturados pelos nazistas, 57% deles foram executados durante o conflito.

Aqueles que conseguiram sobreviver ainda passaram por maus bocados. O motivo é que Josef Stalin, o líder soviético da época, passou a acreditar, dee 1943 para frente, que qualquer militar capturado pelos nazistas era um traidor em potencial.

Assim, muitos prisioneiros de guerra soviéticos foram julgados e enviados para os famosos gulags (campos de trabalhos forçados) da Sibéria. E isso ainda era um sinal de sorte, pois 1,5 milhão de soldados acabaram executados pela própria União Soviética.

Discriminação contra os sobreviventes da bomba atômica

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A Segunda Guerra Mundial só terminou após os americanos jogarem duas bombas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. Muitas pessoas morreram, mas aqueles que sobreviveram ainda passaram por maus bocados.

Os sobreviventes ganharam o nome de hibakusha, e além dos problemas de saúde que desenvolveram por conta da radiação, passaram décadas sendo discriminados pela população. Segundo o jornal Japan Times, poucas pessoas tinham conhecimento sobre radiação e achavam que aqueles que sobreviveram à explosão poderiam passar doenças para outras pessoas.

E nem é preciso dizer que muitos desses sobreviventes enfrentaram diversas dificuldades para arrumar emprego e até mesmo para se casar e ter filhos.

Sobreviventes de campos de concentração continuaram a viver nesses locais

curiosidades sobre o holocausto

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, as Forças Aliadas tiveram um grande problema para resolver: o que iriam fazer com os sobreviventes dos campos de concentração?

Muitos deles pensaram que seria o fim desse pesadelo, só que muitos ainda precisaram permanecer por algum tempo nos locais em que viveram seus piores pesadelos.

Sim, eles foram bem tratados pelos aliados, mas nem é preciso dizer que deve ter sido terrível continuar morando nesses locais traumáticos. Para se ter uma ideia disso, o Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos disse que muitas pessoas continuaram a morar no campo de concentração de Bergen-Belsen até 1951, mais de meia década após o fim do conflito.

Os holandeses invadiram a Indonésia

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Durante a Segunda Guerra Mundial, a Holanda passou a maior parte do tempo sob o domínio dos nazistas. Mas bastou o conflito terminar para que eles decidissem invadir a Indonésia.

Antes da guerra, o país asiático era uma colônia holandesa. Só que os japoneses logo ocuparam o local de 1942 a 1945. Mas quando o Japão se rendeu, muitas autoridades japonesas ainda eram responsáveis pela Indonésia. Alguns nacionalistas aproveitaram a situação e fizeram uma revolta para tomar o poder, o que também causou a morte de muitos civis holandeses.

Em vingança, o governo da Holanda enviou tropas para a Indonésia e causou a morte de 70 a 200 mil indonésios. Mas sob pressão dos Estados Unidos, retirou as tropas do país asiático em 1950.

O plano de croatas, sérvios e eslovenos que deu totalmente errado

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Da mesma forma que ocorreu na Primeira Guerra Mundial, os países da antiga Iugoslávia aproveitaram a Segunda Guerra Mundial para promover uma limpeza étnica. No caso, os Ustase (croatas fascistas), os Chetniks (monarquistas sérvios) e os Partisans (comunistas liderados por Josip Broz Tito) lutaram uns contra os outros com unhas e dentes, o que resultou na morte de 1,7 milhão de pessoas.

Alguns dias antes do final da Segunda Guerra Mundial, os Partisans de Tito já tinham boa parte do controle da Iugoslávia. Sabendo que não teriam chance, os Ustase, Chetniks e até mesmo nacionalistas eslovenos fugiram para a Áustria, se renderam aos britânicos e se tornaram prisioneiros de guerra.

No entanto, o plano deu completamente errado, pois os britânicos entregaram todos os prisioneiros para Tito. Muitos deles já foram executados no momento em que retornaram para a Iugoslávia, para se ter uma ideia do banho de sangue que foi promovido pelos Partisans. Acredita-se que 70 mil croatas, sérvios e eslovenos morreram por conta disso.

Estupros em massa em Berlim

Nos dias finais da guerra, as tropas soviéticas já haviam tomado o controle de Berlim. E como parte de uma vingança por tudo que os nazistas fizeram, especialmente envolvendo o famoso Cerco de Stalingrado, promoveram estupros em massa contra as mulheres alemãs.

O negócio foi tão sério que essa série de estupros continuou por vários meses, durante a ocupação dos aliados. E existem casos de mães que mataram suas próprias filhas para evitar que elas caíssem nas mãos dos soviéticos.

Também existem relatos de casos de estupro por parte de soldados britânicos, americanos e franceses, mas em escala muito menor. E vale lembrar que os alemães fizeram o mesmo quando invadiram a União Soviética. Uma pena que muitas vezes, as mulheres pagam o preço desses conflitos.

Adolescentes alemães fizeram trabalhos forçados

Por fim, pouco antes de perceber que perderia a Segunda Guerra Mundial, Adolf Hitler ordenou o recrutamento de adolescentes para uma unidade terrorista chamada de Lobisomens. Mas os soviéticos não quiseram nem saber: capturaram os garotos e os enviaram para os gulags, onde tiveram de realizar trabalhos forçados, de acordo com o jornal Der Spiegel.

Muitos desses adolescentes tiveram de trabalhar em minas de cobre no Cazaquistão ou nas geladas tundras da Sibéria. Eles só foram libertados com a morte de Josef Stalin, que aconteceu em 1953. Mas poucos conseguiram sobreviver a um local que não falava a mesma língua que a deles e que ninguém se importava se estavam vivos ou mortos.

E o pior é que quase ninguém também deu bola para eles quando retornaram para a então dividida Alemanha, pois muitos deles passaram anos desempregados.



Fonte: Grunge
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