O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) se tornou, rapidamente, uma das maiores ameaças a segurança do planeta. O EI surgiu após o início da Guerra Civil Síria, e já cometeu diversas atrocidades, como execuções e torturas. Isso sem contar os diversos atentados terroristas reivindicados pelo grupo, que ocorrem principalmente no Oriente Médio e Europa.
Apesar de todo o reconhecimento que já possuem, poucas informações sobre o Estado Islâmico são divulgadas, em especial por conta da natureza secreta de seu líder, Abu Bakr Al-Baghdadi.
Ainda assim, confira abaixo 10 fatos terríveis sobre o grupo terrorista Estado Islâmico:
10) O Estado Islâmico recruta membros do mundo todo
Depois de todo o reconhecimento que recebeu nos últimos anos, o Estado Islâmico está conseguindo recrutar novos membros com sucesso. Em 2015, estima-se que 20 mil pessoas se juntaram ao grupo terrorista, incluindo homens e mulheres da América do Norte e Europa.
O EI possui recrutas de 90 países diferentes, e 3400 pessoas já viajaram ao Oriente Médio para lutar ao lado do grupo. Acredita-se que existam 1200 membros do EI dentro da França e da Rússia, e 600 na Alemanha e no Reino Unido. Também há uma estimativa de que 180 americanos e 130 canadenses cruzaram o Atlântico para se juntar aos terroristas.
9) O Estado Islâmico destrói a história humana
Vários locais históricos já foram capturados e destruídos pelas forças do EI, simplesmente pelo fato de que idolatrar ídolos e figuras é considerado um sério pecado religioso. Os líderes do grupo não pensam duas vezes antes de ordenar a destruição desses lugares, como forma de obrigação religiosa.
Diversos museus e sítios arqueológicos, sendo que alguns deles datam de três mil anos antes de Cristo, já foram saqueados, arrasados e destruídos. As ruínas da cidade de Hatra, Patrimônio Mundial da UNESCO, e o Museu Ninevah, na cidade de Mossul, no Iraque, já sucumbiram nas mãos do Estado Islâmico.
Acredita-se também que o EI adotou essa prática como forma de angariar fundos, pois costumam vender essas relíquias no mercado negro.
8) São mais extremistas que a Al-Qaeda
Quando Barack Obama ainda era o presidente dos EUA, ele considerou o Estado Islâmico inofensivo perto da já estabelecida Al-Qaeda, e fez algumas analogias para explicar seu ponto de vista. Por exemplo, disse que se um jogador de basquete amador vestir a camisa de Kobe Bryant, ele ainda está longe de ser o astro do esporte.
Só que na época que Obama fez esse comentário, os dois grupos terroristas estavam trocando farpas, pois o EI é considerado muito extremista pela Al-Qaeda. Em outras palavras, a violência utilizada pelo EI é sangrenta e extrema, ao ponto de ser alvo de críticas do grupo responsável pelo 11 de setembro e outros ataques violentos ao redor do mundo.
7) Decapitações são marcas registradas
Uma das ferramentas mais utilizadas pelo Estado Islâmico para conseguir novos recrutas são uma série de vídeos, no qual executam prisioneiros por meio de decapitações.
Esses vídeos de propaganda, que possuem até mesmo figuras que se tornaram conhecidas, como “Jihadi John”, um recruta britânico, é o que difere o EI de outros grupos terroristas. Ao mesmo tempo, é uma forma de preencher a disposição impiedosa do grupo em executar suas tarefas como muçulmanos, e espalham o medo entre os não fundamentalistas. Isso é matar dois coelhos com uma cajadada.
6) Uso da mídia
A propaganda do Estado Islâmico também faz uso das mídias sociais e técnicas de produção, como forma de maximizar sua habilidade de alcançar grupos de potenciais recrutas.
Uma parte do esforço ideológico do EI envolve o Al Hayat Media Center, uma empresa de mídia que faz um tratamento especial em seus vídeos e outras ferramentas de marketing. Contrária a Al-Qaeda, que utiliza vídeos que parecem sermões gravados em uma câmera amadora, as produções do EI fazem uso de trilha sonora, cenas de ação e histórias, como forma de convencer potenciais recrutas de que eles são parte dessa luta.
Além disso, o grupo terrorista possui especialistas em social media, que utilizam o Instagram, Facebook e Twitter como forma de propagar seus ideais.
5) O Estado Islâmico controla territórios maiores que muitos países
Assim que a Guerra Civil Síria começou, o EI aproveitou a distração criada pelo conflito e dominou um enorme território, que vai do norte da Síria até o Iraque. Por conta disso, eles são responsáveis por terras que são maiores que muitos países do globo.
Apesar de terem perdido a cidade de Tikrit, após um ataque do exército iraquiano, o EI ainda controla a cidade de Mossul, que possui mais de um milhão de habitantes, segundo estimativas, bem como áreas ao redor de Fallujah e Ramadi. O território do EI se estende em parte da Síria, e vai até a divisa com a Turquia.
Em contraste, a Al-Qaeda é um grupo descentralizado, com várias células, capaz de lançar ataques em todo o planeta, mas incapaz de montar campanhas militares para conquistar territórios, com o EI faz.
4) O Estado Islâmico fatura milhões diariamente
Manter todo o investimento em mídia e em suas campanhas militares faz com que o Estado Islâmico precise angariar fundos para sustentar sua causa. Soldados precisam se alimentar, equipamentos precisam ser trocados e a produção de seus conteúdos não são nada baratos.
Para conseguir lidar com tudo isso, o EI o desenvolveu diversas formas de receita para conseguir dinheiro. Por exemplo, o grupo terrorista roubou mais de US$ 425 milhões de um banco da cidade de Mossul. Isso sem contar as extorsões e roubos que o grupo pratica, bem como a venda de artefatos históricos no mercado negro, conforme dito no item 9 da lista.
3) Forças ocidentais ajudaram a bancar o EI
Antes de o Estado Islâmico capturar um imenso território e utilizar atividades criminosas e venda de artefatos para conseguir fundos, o grupo conseguiu bancar suas investidas através de doações de gente muito rica.
Acredita-se que nações aliadas dos Estados Unidos ajudaram a bancar os rebeldes sírios na luta contra a ditadura de Bashar Al-Assad, que sempre foi desprezada por países como Arábia Saudita, Kuwait e Catar.
No início da Guerra Civil Síria, os rebeldes sírios tinham como objetivo tirar Al-Assad do poder. No entanto, conforme soldados do EI foram se juntando aos rebeldes, alguns grupos se voltaram para o fundamentalismo. Isso com a ajuda do dinheiro doado pelos aliados dos EUA, que agora estavam nas contas do EI.
2) Um califado para controlar o mundo
A inspiração ideológica por trás do Estado Islâmico tem como base uma transcrição rígida e inspirada no sunismo do Alcorão, o livro sagrado do Islã. Essa interpretação afirma que todos os muçulmanos devem viver dentro de um califado, que seria uma nação islâmica que deve reforçar os aspectos mais rígidos das leis islâmicas, como apedrejamentos e amputações como forma de punição, e escravos para recompensar para os soldados do EI.
Enquanto que a Al-Qaeda já trabalhou em prol do estabelecimento de um califado, eles nunca controlaram um território grande o suficiente para estabelecer um Estado Islâmico, e optaram apenas por pequenas operações. Como forma de satisfazer suas obrigações religiosas, o EI controla um enorme território para garantir que seu califado seja uma organização legítima para extremistas sunitas.
De acordo com a doutrina takfiri, parte do processo da criação de um Estado Islâmico mundial envolve a purificação do planeta, através do assassinato em massa de muçulmanos infiéis e qualquer um que resistir ao EI.
1) Agentes do apocalipse
Uma das principais crenças dos soldados do EI é que eles são os agentes de um apocalipse que está próximo de acontecer. Todas as suas atividades tem como foco iniciar o fim do mundo, desde o estabelecimento do califado até o cumprimento da lei Islâmica, derivadas da Idade Média.
O EI acredita em uma profecia que afirma que apenas 12 califas legítimos podem andar pela Terra, e que o líder Abu Bakr al-Baghdadi é a oitava encarnação. Os exércitos de Roma e do Islã se juntarão após o Estado Islâmico invadir Istambul, o que resultará no confronto final em Jerusalém, no qual Jesus Cristo irá liderar o exército islâmico contra Dajjal, o antimessias do Islã.