Sempre que o assunto Velho Oeste vem à tona, é muito comum associarmos tal período da história dos Estados Unidos com cowboys, indígenas, tiroteios, assaltos, entre outros estereótipos da época, como costuma ser retratado em filmes, séries e vídeo games. Mas saiba que muitos desses fatos, na realidade, são falsos, e não se assemelham muito com a visão que costumamos ter.
Confira abaixo cinco fatos falsos do Velho Oeste que sempre acreditamos ser verdade:
1) Nativos americanos eram uma ameaça constante para os colonizadores
Todos sempre pensamos que os nativos americanos (os povos indígenas nativos dos Estados Unidos) sempre foram uma constante ameaça para os colonizadores do território americano. Mas a verdade é que eles não eram hostis, ao contrário do que muitas pessoas imaginam.
Sim, algumas tribos nativas cometiam pequenos furtos e, eventualmente, algumas brigas ocorriam. Mas na realidade, muitas tribos eram amigáveis e viam nos colonizadores uma oportunidade de troca de mercadorias. Os indígenas costumavam trocar vestes de búfalo e mocassins por facas, roupas, comida e outros itens.
Além disso, os imigrantes foram responsáveis por matar mais indígenas do que o contrário, segundo alguns dados históricos (462 mortes de indígenas contra 362 de imigrantes, em um período de 20 anos entre 1840 e 1860).
2) A Califórnia foi o local da primeira Corrida do Ouro
Acreditamos que a primeira grande Corrida do Ouro dos EUA aconteceu no estado da Califórnia, tanto que um de seus apelidos é “Estado Dourado”. Mas saiba que esse é o tremendo de um equívoco.
50 anos antes das minas de ouro californianas darem início a maior migração da história do país, um pedaço do metal precioso foi descoberto no condado de Cabarrus, na Carolina do Norte, o que fez com que o estado se tornasse, por 30 anos, o campeão do ouro americano.
E logo depois, foi a vez do estado da Geórgia ser o posto da segunda Corrida do Ouro. Sim, a Califórnia teve sua vez, mas teve de esperar o sucesso de seus primos a leste do território terminar.
3) Os cowboys são americanos brancos
Não há como não se lembrar dos cowboys quando esse assunto aparece. Mas a imagem comum de que os vaqueiros são representados por brancos e de que a profissão é uma invenção americana é falsa.
Primeiro, as origens dos cowboys são uma mescla da cultura anglo-saxã e hispânica. E eles surgiram, de fato, no México, quando o país ainda era colonizado pela Espanha.
Segundo, estima-se que 25% dos cowboys eram negros, ao contrário do que a televisão e os filmes nos fizeram acreditar. E nem é preciso dizer que esse percentual era muito maior com relação a mexicanos.
4) O Velho Oeste era uma terra sem lei e cheia de assaltos a banco
De acordo com as diversas representações que já vimos, o Velho Oeste parecia ser uma terra sem lei. Pessoas eram sequestradas, roubos a banco eram constantes e as pessoas costumam atirar umas nas outras dentro de salões. Mas, historicamente, tal representação é mais um equívoco.
Com relação a assaltos, os bancos eram lugares muito bons e seguros para guardar coisas valiosas, até mais do que os de hoje. Segundo Larry Schweikart, da Fundação para Liberdade Econômica, foram confirmados apenas oito roubos a banco em um período que vai de 1859 a 1900. “Há mais roubos de banco na atual Dayton (que fica no estado de Ohio) em um ano, do que em todo período do Velho Oeste”, lembra Schweikart.
E o Velho Oeste também não era tão selvagem. De acordo com o Instituto Mises, “direitos de propriedade eram protegidos, e a ordem civil prevalecia. Agência privadas providenciavam o básico para uma sociedade na qual a propriedade era protegida e conflitos eram resolvidos”. O historiador W. Eugene Hollon afirma que o Velho Oeste “era muito mais civilizado, mais pacífico e seguro do que a sociedade americana atual.”
5) Todos carregavam uma revólver na cintura
Também acreditamos que nessa época, todos os cidadãos costumavam carregar um revólver na cintura, e que os famosos duelos aconteciam com frequência. Só que esse é mais um fato falso sobre o Velho Oeste.
O autor Robert R. Dykstra lembra que essa é uma tradição que foi inventada pelos americanos, e que na verdade, muitos donos de fazendas e ranchos pediram restrições com relação ao uso de armas de fogo. Eles sabiam que mais armas – especialmente nas mãos erradas – significavam mais problemas.
O estado do Kansas foi um exemplo com relação a essas restrições. Em Dodge City, havia uma placa bem no meio da cidade que dizia: “carregar armas de fogo é estritamente proibido”. Já em Wichita, visitantes eram recebidos com o seguinte aviso: “Deixe seus revólveres na delegacia para fiscalização.”