10 curiosidades insanas sobre embalsamamento

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O embalsamamento é realizado para garantir a preservação do corpo do falecido por motivos variados, tais como religiosos, educacionais, ou para funerais, onde o corpo fica exposto durante um tempo. A seguir serão apresentadas algumas técnicas de embalsamamento antigas, que acabaram levando ao desenvolvimento das técnicas utilizadas atualmente. Esses fatos são fascinantes e, por vezes, bastante perturbadores.

Leonardo Da Vinci

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No século XV, o desejo de compreender a anatomia humana foi o que inspirou a criação de técnicas de preservação do corpo. Sem dúvida, um dos homens mais conhecidos por essa prática desafiadora foi Leonardo da Vinci, que descreveu um método onde injetava uma mistura de fluídos na veia do cadáver. Essa mistura era composta por óleo de lavanda, resina, vinho, terebintina, nitrato de sódio e potássio, cânfora e cera.

Dois séculos depois, Pedro o Grande teve acesso ao “repositório de curiosidades” de Frederik Ruysch, que descreveu o método de injetar licor balsâmico, mistura essa composta por sangue de porco coagulado, um pigmento azul, conhecido como Berlin blue, e óxido de mercúrio. Espantado, Pedro o Grande descreveu a eficácia da solução de Ruysch, afirmando: “Vi rapazes e meninas de 4 anos de idade, visivelmente bem vascularizados, com olhos abertos e corpos suaves, e sequer estavam no álcool”.

Surgem os oportunistas

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Durante a Guerra Civil dos EUA, o embalsamamento tornou-se uma necessidade para preservar o corpo dos soldados mortos durante a longa viagem que faziam até chegar em casa. Após a morte do amigo do presidente Lincoln, o coronel da União Elmer E. Ellsworth, o cirurgião Thomas Holmes foi encarregado de embalsamar o corpo. A partir daí Holmes foi bastante requisitado por seu trabalho excepcional e chegou a receber elogios da Sra. Lincoln. Foi assim que começou a vender sua mistura secreta para o exército dos EUA, por $ 3 cada galão e eles aceitaram sem questionar.

Sua taxa para embalsamar um oficial era de $ 50; $ 25 para um homem alistado. Mas logo seus preços subiram para $ 80 e $ 30, respectivamente. Quando perceberam que a técnica de embalsamamento era lucrativa, médicos, farmacêuticos e qualquer outra pessoa que tivesse acesso aos campos de batalha, se utilizaram disso para ir em busca de soldados mortos, sabendo que as famílias estariam dispostas pagar a taxa. Embora desconcertante o fato de que o embalsamamento foi utilizado por civis oportunistas e não pelos militares, isso permitiu o avanço da técnica para os métodos futuros.

166 Anos

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Descrever Martin Van Butchell como um dentista excêntrico seria uma qualidade gentil demais. Ele viveu um estilo de vida não convencional, e, embora tivesse uma profissão respeitável, sua conduta social e profissional foi, muitas vezes, inaceitável. Com a morte de sua esposa Mary, em 1775, Martin solicitou a ajuda de seu amigo William Hunter, um respeitado anatomista, cujos talentos auxiliaram o trabalho da rainha Charlotte para preservar os restos de sua falecida esposa.

Após o embalsamamento de Mary, Martin colocou o cadáver na janela de seu escritório para exibição pública. Na manhã seguinte descreveu as complexidades envolvidas no processo de embalsamamento, sem poupar nenhum detalhe gráfico. Com o tempo, o corpo preservado de Mary foi exibido no Museu do Royal College of Surgeons, em Londres. Ela permaneceu lá, em exibição pública, até que o museu foi destruído por bombas alemãs, em maio de 1941.

Os cinco corações humanos

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Arqueólogos encontraram recentemente cinco corações humanos embalsamados debaixo de um convento francês do século XIV. Isso teria sido muito útil para a pesquisa em saúde, centenas de anos atrás. Talvez o mais intrigante seja que um dos corações, o de um cavaleiro, tenha sido enterrado com o corpo bem preservado de sua esposa. Esta era uma prática comum, dado que o coração era considerado um símbolo espiritual.

Durante a Alta Idade Média, a realeza europeia era embalsamada por médicos, que utilizavam técnicas criadas a partir do conhecimento dos antigos egípcios. No século XVI, o corpo era lavado, infundido com ervas e especiarias como lavanda e tomilho, e desidratado com pós e pomadas. O corpo, ou parte dele, era então envolto em camadas de pano de cera, selado com cera de abelhas, e colocado em um caixão ou urna de chumbo. Encontrar algo com esse elaborado processo de preservação é o sonho de qualquer arqueólogo, dada a raridade que é trabalhar com materiais orgânicos, que naturalmente se desintegrariam após a morte.

Conhaque vs. Rum

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Um dos heróis militares mais respeitados da Grã-Bretanha foi o Vice-Almirante Horatio Nelson, que foi fatalmente atingido em outubro de 1805 na Batalha de Trafalgar durante as Guerras Napoleônicas. O cirurgião a bordo do navio de Nelson, William Beatty, tomou a decisão de preservar o corpo do almirante para a longa viagem de volta à Inglaterra. No entanto, as práticas de preservação eram bastante diferentes no início do século XIX.

Os restos de Nelson foram colocados em um tambor cheio de conhaque, que era frequentemente reabastecido de acordo com a quantidade de fluido que o corpo absorvia. Após a chegada do navio na Inglaterra, Beatty foi muito criticado por usar conhaque ao invés de rum, que era considerado um conservante melhor. No entanto, ele foi bastante solicitado depois que os oficiais do navio reconheceram que o corpo de Nelson estava “preservado, mesmo já tendo se passado dois meses de sua morte”.

Embalsamando em casa

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Como o embalsamamento tornou-se mais frequente no século 19, alguns estabelecimentos profissionais surgiram, mas ainda eram considerados raridade. De tal modo, a maioria dos embalsamamentos ocorriam nas próprias residências dos falecidos. Sem dúvida, essa deveria ser uma cena desagradável para qualquer ente querido que optasse por estar junto durante o procedimento.

E como se a profissão não fosse desagradável o bastante, o embalsamador ainda tinha que levar consigo uma variedade de ferramentas e equipamentos portáteis, inclusive uma mesa de resfriamento, sobre a qual o cadáver seria colocado tanto para o embalsamamento como para a exposição. Apesar do nome, mesas de resfriamento não têm qualquer fonte de resfriamento mesmo.

Outras ferramentas que o embalsamador levava eram: braçadeiras, bisturis, tubos de drenagem, seringas de vidro, frascos pesados de líquido de embalsamamento, cortinas para a tabela de resfriamento, cosméticos, ferros, navalhas e pedras de afiar.

Contra a vontade

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De acordo com sua fé, Madeline Post pediu para que seu corpo fosse cremado, após sua morte. Post sucumbiu ao câncer em novembro de 2000 e, ao invés de ter seu pedido atendido, seu corpo foi “alugado”, para fins para estudo, pela Universidade de Lynn, onde os alunos praticavam o embalsamamento. O corpo de Post só foi cremado após ser utilizado para um teste final na universidade.

Levou quatro meses até que seu marido, Jeffery, descobrisse o que havia sido feito com o corpo de sua esposa. Obviamente, Jeffrey processou a companhia responsável pelos trâmites pós morte (a Professional Transport Systems), a Universidade de Lynn e também da funerária. Acredita-se mais posso haver mais de 600 outras famílias de baixa renda, cujos entes queridos foram “alugados” pela universidade.

Não beba essa água

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Um estudo demonstrou os efeitos cancerígenos do formaldeído e concluiu que os embalsamadores são mais suscetíveis ao câncer, doenças cardíacas e pneumonia. Embora algumas medidas tenham sido tomadas para diminuir a exposição tóxica dos embalsamadores, os que vivem próximo cemitérios da era da Guerra Civil – e qualquer cemitério do século XIX ou início do século XX, nesse caso – enfrentam a triste realidade de que sua água pode estar contaminada.

Antes de 1900, as receitas para o líquido de embalsamamento continham, principalmente, arsênico, um elemento venenoso que não se degrada. Em 2002, a cidade de Iowa apresentou em sua água, três vezes o valor do limite federal de níveis de arsênico. Os pesquisadores afirmam que as toxinas provavelmente estariam vazando das sepulturas para o solo, onde seriam levados até os armazenamentos de água pluvial. A ingestão dessa substância pode causar sérios problemas ao corpo humano, como câncer de pele, pulmão, fígado e bexiga.

Justiça seja feita

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À medida em que um cadáver é embalsamado, isso determinará quanto tempo ficará preservado. Por exemplo, o embalsamamento reforçado pode dar resultados muito mais duradouros do que o embalsamamento convencional. O corpo do ativista dos direitos civis afro-americano, Medgar Evers, foi tão bem embalsamado que ainda seria possível realizar uma autópsia, mesmo já tendo se passado três décadas do seu assassinato. O corpo de Evers foi exumado do Cemitério Nacional de Arlington, em 1991, logo depois que promotores do estado Mississippi reabriram a investigação. A evidência foi adulterada.

Os promotores acreditavam que essa evidência traria uma condenação para Byron De La Beckwith, um supremacista branco que foi julgado duas vezes em 1964. Em ambos os julgamentos o júri foi composto por homens brancos, e acabou ficou sem solução. Depois de a equipe de promotores passar quatro anos reconstruindo o caso, Beckwith foi condenado à prisão perpétua em 1994, 31 anos após o assassinato de Evers. Beckwith morreu na prisão com 80 anos, em 2001.

Papa Pio XII

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A morte do Papa Pio XII, em 1958, gerou muita revolta pela forma que foi tratado em seus últimos momentos e vida. Um médico inescrupuloso traiu o papa e permitiu que fossem fotografadas as suas últimas horas agonizantes em seu leito de morte, e posteriormente as fotos foram publicadas. Eles apareceram na primeira página dos jornais italianos. E as coisas foram de mal a pior após a realização de um embalsamamento malfeito, que acabou acelerando seu processo de decomposição. Houve relatos descrevendo o cadáver como “verde esmeralda”.

À medida que os dias passavam e a putrefação se tornava significativa, o nariz do papa caiu. Em um ponto, uma guarda suíça chegou a desmaiar, devido ao odor causado pelo corpo. Felizmente, tal destino não aconteceu com o amado e alegre Papa João XXIII, após sua morte, em 1963.

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