Segundo a crença popular, zumbis são seres mortos-vivos. Atualmente, os personagens cadavéricos estão povoando o imaginário das pessoas, em especial os fãs do seriado The Walking Dead. Tornaram-se tão populares que o tema vem sendo explorado cada dia mais na TV e no cinema.
Os zumbis não existem, entretanto, o que poucos sabem é que a condição de zumbi existe. Portadores da raríssima Síndrome de Cotard acreditam que estão mortos e negam as necessidades vitais do corpo, como se alimentar. Logo, acreditam serem zumbis e vivem como tal.
Delírio existencial caracteriza a síndrome
A síndrome é caracterizada por um profundo pensamento depressivo, melancolia e alucinações acerca da existência de partes do corpo e ou da própria vida.
Quem sofre do sintoma acredita que os seus órgãos internos estejam parados ou em estado de putrefação. A doença é muitas vezes decorrente de uma doença mental ou neurológica.
A síndrome foi diagnóstica pela primeira vez em 1880, quando Jules Cotard, neurologista francês, relatou o caso de uma paciente que acreditava que seus órgãos não existiam mais. A partir de então, foram identificados outros casos semelhantes.
O tratamento é realizado por meio de terapia e pela administração de antidepressivos. Em casos mais graves, o paciente recebe choques elétricos.
Devido à sua raridade, há poucos dados científicos sobre a doença, mas já se sabe que ela é ocasionada devido ao mal funcionamento do giro fusiforme, área cerebral que processa emoções. Por esse motivo, os doentes distorcem a realidade.
A partir de imagens cerebrais de portadores da síndrome foi descoberto que algumas áreas ficam praticamente inativas, como a de alguém que está em estado vegetativo ou anestesiado.
Britânico acreditou ser zumbi por nove anos
Na cidade Exeter, na Inglaterra, o encanador de 57 anos Graham Harrison sofreu com a Síndrome de Cotard por nove anos. O caso foi abordado no periódico científico New Scientist e foi matéria do jornal Daily Mail.
Após uma tentativa fracassada de suicídio por eletrocutamento, Harrison acordou e ficou impressionado que podia falar. A partir de então, passou a acreditar que não estava mais vivo e que não possuía mais cérebro. Acreditando que fosse um zumbi, começou a vagar por cemitérios.
Em entrevista ao jornal, o encanador relatou que não tinha paladar e olfato, por isso não tinha motivos para comer. Contou também que não conseguia processar memória e nem sentia mais prazeres.
Após muitos anos de tratamento com remédios e terapias, ele parou de sofrer os delírios. Entretanto, afirma que ainda não se sente completamente normal.