Mesmo sendo um país relativamente pequeno, seja em tamanho ou população, a Finlândia lidera, constantemente, diversos rankings de educação mundial, que podem servir de aprendizado não apenas para o Brasil, mas também o mundo todo.
Não é novidade alguma que o país coloca um peso considerável na educação de suas crianças e jovens. E antes que os pequenos finlandeses aprendam a tabuada, eles aprendem simplesmente a serem crianças. E mesmo após crescerem, a Finlândia concentra diversos esforços para colocá-las no caminho correto.
Confira abaixo sete razões que fazem a educação da Finlândia ser um exemplo para o Brasil e o mundo:
1) A competição não é mais importante que a cooperação
A Finlândia percebeu que competição entre escolas não é mais importante do que promover uma cooperação entre elas. É por conta disso que o país não possui escolas privadas. Qualquer instituição acadêmica é bancada por meio de recursos públicos. E professores são treinados para desenvolver seus próprios testes, ao invés de ter de utilizar um padrão.
2) O trabalho de professor é uma das profissões mais respeitadas
Professores finlandeses não são mal remunerados, como ocorre no Brasil. Na realidade, é uma profissão muito valorizada na Finlândia, já que o país sabe que ela é um dos pilares para o desenvolvimento de uma pessoa.
Para se tornar um professor na Finlândia, os candidatos devem possuir, no mínimo, um mestrado e completar uma espécie de residência, como acontece no curso de Medicina.
3) A Finlândia dá atenção a pesquisa
Seja no Brasil ou nos Estados Unidos, qualquer tipo de pesquisa pode enfrentar diversos contratempos, isso sem contar barreiras políticas que podem impedir seus avanços.
Já na Finlândia, a pesquisa não possui qualquer tipo de bagagem política. O governo toma suas decisões na política de educação baseadas apenas em sua efetividade. Se os dados mostrarem que houve melhora, o Ministério da Cultura e Educação com certeza irá bancar tal pesquisa.
“No geral, a educação nos Estados Unidos é muito mais política do que na Finlândia, onde ela possui um status muito mais profissional”, disse o especialista em educação Pasi Sahlberg. E nem é preciso dizer que podemos substituir os EUA pelo Brasil em sua afirmação.
4) A Finlândia não tem medo de experimentar
Um grande benefício de dar valor à pesquisa é que ela não sofre a interferência de fatores externos, como dinheiro e política. Os professores finlandeses são encorajados a criar seus próprios minilaboratórios, para ensinarem técnicas e descobrirem o que funciona (e também descartar o que não funciona).
Essa é uma lição para o Brasil e o mundo: uma mente que pensa em experimentar pode fazer com que professores pensem além de seu mundo.
5) A hora de brincar é sagrada
No Brasil, conforme as crianças crescem, seu tempo para brincar só vai diminuindo. Já uma lei finlandesa exige que professores deem 15 minutos de intervalo para as crianças brincarem, a cada 45 minutos de aula.
Essa política é baseada em uma antiga crença finlandesa de que crianças precisam ser crianças o máximo possível. Elas não precisam crescer rápido demais e se tornarem memorizadores e máquinas de estudo.
Os resultados já falam por si só: estudos após estudos afirmam que alunos que possuem recessos de 15 minutos ou mais se comportam melhor na escola e realizam suas tarefas melhor.
6) As crianças possuem pouca tarefa de casa
Por incrível que pareça, se há algo que parece estar em falta nas escolas finlandesas é a tarefa de casa. As crianças recebem apenas uma pequena quantidade dela todos os dias.
A filosofia por trás dessa prática se dá a partir de um nível mútuo de confiança, que é compartilhado por pais, escolas e professores.
Os pais tem a confiança de que os professores já ensinaram tudo que podiam para as crianças durante o dia escolar, e as escolas assumem a mesma postura. Trabalho extra é normalmente considerado desnecessário por todas as partes.
O tempo gasto em família deve ser reservado para a família, local no qual as crianças precisam aprender apenas sobre a vida.
7) A pré-escola é de alta qualidade e universal
A única oportunidade em que crianças podem exercitar sua imaginação, se sujar e brincar durante a vida escolar é justamente na pré-escola. O grande problema, não só no Brasil, mas em outros países, é que os pais geralmente já precisam pagar por essa educação, o que cria disparidades que podem atrapalhar o desenvolvimento dos pequenos.
Na Finlândia, os pais têm garantia de tudo. A pré-escola e creches são universais até os sete anos de idade, e 97% das crianças, na faixa de três a seis anos, se beneficiam de pelo menos um deles.
Além disso, a qualidade das pré-escolas é ótima. Elas alinham seus currículos umas com as outras, e preparam as crianças em caminhos similares. No momento em que os pequenos começam a ter trabalho, os pais tem a garantia de que as lições aplicadas são as mesmas ensinadas por toda a cidade.