No dia 12 de outubro, um asteroide, que possui entre 10 e 30 metros, deve fazer um voo bem “próximo” à Terra. Chamado de 2012 TC4, o corpo rochoso irá passar a apenas 6.800 km do nosso planeta pela primeira vez desde que saiu de vista, em 2012.
Apesar dos pesquisadores da NASA terem a certeza de que ele não se aproximará mais do que isso de nosso planeta, se esse asteroide atingisse à Terra, seus níveis de impacto seriam muito mais devastadores do que aquele que atingiu a cidade russa de Chelyabinsk, em 2013.
Essa explosão feriu mais de 1.500 pessoas e danificou mais de 7.000 casas e prédios. Por conta disso, especialistas afirmam que é “algo no qual devemos ficar de olho.”
Segundo o Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, a próxima vez em que esse asteroide irá se aproximar da Terra será em 29 de dezembro de 2019, só que em uma distância de 34 milhões de quilômetros do nosso planeta.
Na hipótese de ele atingir a Terra, cientistas acreditam que a rocha acabaria se queimando antes de atingir o solo. Mas, ainda assim, causaria diversos danos e ferimentos a pessoas próximas a ele.
“É algo para se ficar de olho. Podemos ver explosões aéreas que devem quebrar janelas, dependo do local de impacto”, disse Judit Gyorgyey-Ries, astrônoma da Universidade do Texas.
Só que os pesquisadores ainda não tem certeza da composição do asteroide, o que dificulta na hora de prever quais seriam os efeitos de seu impacto na Terra.
“2012 TC4 foi observado apenas momentaneamente, quando foi descoberto, antes que ficasse difícil de enxergá-lo. A atual campanha de observação e todas as informações que coletaremos durante esse voo vão providenciar mais informações sobre sua composição mineiral, estrutura e tamanho. As propriedades físicas do asteroide e sua velocidade relativa à Terra influenciam os efeitos de um impacto”, disse um porta-voz da NASA.
“Essa é uma das razões para fazermos observações de acompanhamento – para determinar essas propriedades físicas”, complementou.
A NASA também está utilizando a oportunidade para testar sua rede de observatórios do seu sistema de defesa planetário, caso um asteroide realmente acabe atingindo à Terra.
Michael Kelley, cientista que trabalha na campanha de observação do 2012 TC4, disse que “cientistas sempre apreciaram saber que um asteroide passará próximo e de forma segura da Terra, por que assim eles podem se preparar para coletar informações e caracterizar e aprender o máximo possível sobre ele.”
“Desta vez, estamos adicionando outro nível de esforço, pois utilizaremos o voo desse asteroide para testar a detecção mundial de asteroides, a rede de rastreamento e avaliar nossa capacidade de trabalhar juntos para descobrir as ameaças reais de um asteroide”, afirmou.
Vishnu Reddy, professor da Universidade do Arizona e líder dessa campanha, afirmou que “esse é um esforço de equipe que envolve vários observatórios, universidades e laboratórios espalhados pelo mundo. Pois assim, poderemos aprender as forças e limitações da nossa capacidade de observar objetos próximos à Terra.”
Apesar da expectativa de que passará a 6.800 km da Terra, é bem provável que sua distância real seja bem maior, na casa dos 270 mil km. O asteroide foi descoberto em 2012, mas ele estava bem distante e difícil de ser observado a partir da Terra nos últimos cinco anos.
Como estará bem próximo do nosso planeta, telescópios maiores serão utilizados para detectá-lo e estabelecer a trajetória precisa do 2012 TC4.
A expectativa é que essas novas observações ajudem a refinar o conhecimento sobre sua órbita, o que acabaria com certas incertezas sobre o quanto ele estará longe da Terra no seu ponto mais próximo, em outubro.
Paul Chodas, que trabalha nesse projeto, disse que “esse é o alvo perfeito para tal exercício, pois apesar de sabermos que a órbita de 2012 TC4 não deve impactar à Terra, ainda não conseguimos estabelecer seu caminho exato.”
“Os observatórios terão a incumbência de olhar fixamente o asteróide em sua aproximação e trabalharem juntos para obter observações mais exatas que refinem a determinação da órbita do asteroide”, completou Chodas.
O impacto de Chelyabinsk
Um meteoro que cruzou o sul da região dos Urais, na Rússia, em fevereiro de 2013, foi o maior registro de impacto de um asteroide em mais de um século.
Mais de 1.500 pessoas se feriram com a onda de choque da explosão, que foi estimada em 20 vezes mais forte que o impacto da bomba de Hiroshima. O objeto atingiu uma área próxima da cidade de Chelyabinsk.
A bola de fogo, que media, aproximadamente, 18 metros, entrou na atmosfera da Terra a uma velocidade de 67 mil km. A maior parte do meteoro se chocou em um lago local, chamado de Chebarkul.
Cientistas encontram 12 fragmentos do corpo desde que se chocou com o Lago Chebarkul. No entanto, apenas cinco deles eram partes reais do meteoro.