Os amantes do café podem ter dificuldade de encontrar a sua fonte favorita de cafeína em alguns anos, já que o aquecimento global poderia afetar de forma negativa as áreas de cultivo de café na América Latina em até 88%, até o ano 2050, de acordo com um grupo de cientistas.
A América Latina é a maior região produtora de cafe do mundo. Porém, as áreas de cultivo de café na Ásia e na África também poderiam ser atingidas, disseram os pesquisadores na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
Eles basearam suas previsões em um aumento nas temperaturas globais de 2,6ºC acima dos níveis pré-industriais até o ano de 2050.
Cerca de 200 países comprometeram-se a manter o aumento das temperaturas “bem abaixo” dos 2ºC, bloqueando as emissões de gases causadores do efeito estufa no planeta, no âmbito do acordo climático de Paris de 2015, mas alguns temem que esse objetivo não seja atingido.
O café é cultivado por cerca de 25 milhões de fazendeiros em mais de 60 países, com provavelmente 100 milhões de pessoas envolvidas em sua produção – a maioria delas, moradoras da zona rural e pobres, disse Taylor Ricketts, co-autor do estudo e diretor do Gund Institute for Environment na Universidade de Vermont.
“Há mais em jogo aqui do que o meu expresso agradável em Nova York ou Paris ser mais caro. Isso ameaça o principal meio de vida de milhões de pessoas que já são vulneráveis”, disse Ricketts, à Fundação Thomson Reuters.
O café de alta qualidade cresce em áreas montanhosas nos trópicos, onde prospera no ar mais frio. À medida em que o planeta se aquece, as plantas de café terão de ser movidas para cima nas montanhas – o que significa que haverá menos terra disponível para o cultivo.
“Fazer o cultivo do café é muito importante para conservar a natureza e para o desenvolvimento das comunidades rurais. Além de ser a coisa da manhã favorita de todos, [temos também todas]essas grandes ramificações”, disse Ricketts.
