Os atletas olímpicos e paralímpicos e integrantes de equipes esportivas que estiveram nos Jogos Olimpícos Rio 2016 e relataram problemas de saúde, na verdade, não estavam com zika. A informação foi revelada por um recente estudo, feito pela University of Utah, que será divulgado em uma conferência da IDWeek, em San Diego, nos Estados Unidos.
De acordo com a pesquisa, cujos detalhes foram publicados no site ScienceDaily, os atletas olímpicos e paralímpicos com suspeita de zika haviam contraído outros tipos de doenças virais transmitidas por mosquitos. Os diagnósticos apontaram infecções de febre do Nilo Ocidental, chikungunya ou mesmo a clássica dengue.
Segundo o estudo, nenhum dos atletas ou membros de equipe infectados ficaram em estado grave. A pesquisa também destaca que, embora houvesse o frenesi em torno do zika – vírus que pode ser repassado sexualmente e estava sendo ligado a casos de microcefalia em recém-nascidos -, quem passava pelo Brasil estava suscetível a outros riscos de saúde pública que não receberam o mesmo nível de atenção.
Dados
O estudo coletou amostras de sangue de 457 atletas e membros de equipes de funcionários de outros países que estiveram no Rio de Janeiro para as Olimpíadas. Entre eles, 32 (7%) foram infectados com vírus transmitidos por mosquitos: 27 tinham a febre do Nilo Ocidental, 3 estavam com chikungunya e dois contraíram dengue.
Entre os 32 que apresentaram resultados positivos, 12 concederam entrevista para a equipe de pesquisadores. Desses, somente três (dois com chikungunya e um com febre do Nilo Ocidental) relataram sintomas como dores corporais e erupções cutâneas. Os problemas vieram duas semanas após a viagem e foram resolvidos pouco tempo depois.
Outras fontes indicam, ainda, que nenhum caso de zika foi diagnosticado durante as Olimpíadas no Rio de Janeiro.
Cuidado com outras doenças
Em entrevista publicada pelo ScienceDaily, um dos líderes do estudo, o bacharel em medicina e cirurgia Krow Ampofo, explicou que todos estavam pensando demais no zika, mas ignoraram outras infecções causadas por picadas de mosquito.
“Essa é uma das razões pelas quais pensamos que é importante estar atento ao monitoramento de doenças infecciosas após viagens para áreas de risco”, afirmou o médico e pesquisador.