A Coreia do Norte qualificou a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de classificar o país como um Estado patrocinador do terrorismo como uma “provocação séria”, que justifica o desenvolvimento de armas nucleares por Pyongyang
A agência estatal norte-coreana, KCNA, afirmou nesta quarta-feira (22) que o país não tem conexão com o terrorismo e “não se importa se os Estados Unidos colocam ou não o chapéu do terrorismo sobre nossas cabeças”. Segundo a agência oficial, a ação americana mostra que a Coreia do Norte deve continuar a buscar armas nucleares para se proteger da hostilidade do rival.
Especialistas dizem que a decisão dos EUA de colocar a Coreia do Norte de volta em sua lista de apoiadores do terrorismo tem efeito prático limitado. Por outro lado, isso pode dificultar uma solução diplomática para o impasse em relação ao programa nuclear do regime de Kim Jong-un.
Entenda
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou, na última segunda-feira (20), que vai designar a Coreia do Norte como um “Estado patrocinador do terrorismo”.
Segundo a Casa Branca, a medida é um novo passo para fortalecer o isolamento internacional do governo de Pyongyang. É a primeira vez desde 2008 que o país governado por Kim Jong-un volta à lista.
Diante disso, o presidente americano informou que nesta terça-feira (21) o Tesouro irá anunciar uma “grande” sanção ao país.
Nos dias em que passou pela Ásia, Trump expressou preocupação com os líderes regionais em relação ao “perigo” da Coreia do Norte. Ele também repactuou alianças com o Japão e a Coreia do Sul.
Progresso regride
Pensava-se, até então, que a questão com a Coreia do Norte havia avançado em termos diplomáticos. Donald Trump disse, no início do mês, que estava havendo “bom progresso” na situação e chegou a pedir a Pyongyang que “venha para a mesa” de negociações e feche um acordo, para “fazer a coisa certa”.
Trump havia dito que estava vendo “um certo movimento” no sentido de solucionar o problema da Coreia do Norte e que a China também está se “esforçando bastante” para resolver o impasse, mas não ofereceu mais detalhes.
Segundo Trump, a ambição da Coreia do Norte de desenvolver armas nucleares é uma “ameaça mundial que exige ação mundial” e não era aceitável que determinados países financiem Pyongyang. Apesar do tom pacífico na declaração, o presidente americano também havia dito que os EUA estão preparados para defender a si mesmos e seus aliados.