Motivo de desespero para muitos pais, as brigas e as rivalidades entre irmãos podem ser benéficas para as crianças no futuro. É o que diz a psicóloga infantil Linda Blair, que acaba de lançar um livro sobre o assunto, intitulado Siblings (Irmãos, em inglês).
Blair explica que a competitividade é uma ótima oportunidade para as crianças exercitarem a empatia e outras posturas diplomáticas. “Devemos aplaudir em vez de ficar bravos quando crianças demonstram diferenças entre si, porque é a oportunidade ideal para lhes ensinar algo”, afirma a psicóloga.
“Peça que cada um conte ao outro sua queixa. E, a partir da idade que forem capazes de entender (crianças de dois ou três anos provavelmente não serão), diga: ‘agora quero que você se coloque no lugar do seu irmão. Como você acha que ele está se sentindo?'”, ela explicou em entrevista ao programa All in the Mind, da rádio BBC.
Segundo Blair, esse exercício de se colocar no lugar do outro ajudará a criança a se relacionar na vida adulta, fazendo com que resolva conflitos de forma diplomática. Ela diz que essa técnica é tão poderosa que permite que os pais contornem as brigas entre os irmãos de forma que as crianças saiam se sentindo bem.
Como cães e gatos
A psicóloga diz ainda que a intensidade do relacionamento entre irmãos na infância influenciará a forma com que vão se relacionar quando adultos.
“Foi um alívio para mim, como mãe, descobrir que não é o tom das emoções entre irmãos que ditará o relacionamento entre eles. Se seus filhos brigam como cães e gatos, isso significa provavelmente que eles serão bem próximos no futuro. Assim como se eles se dão muito bem mesmo quando a casa está desabando. O que importa é a intensidade com que eles se relacionam entre si”, finaliza Blair.