Nos últimos anos, vários lugares do mundo vêm experimentando verões e ondas de calor com temperaturas acima do normal. Segundo um estudo publicado no jornal Earth’s Future, o que hoje é considerado exceção poderá se tornar regra em quase todo o hemisfério norte a partir de 2030.
A partir de dados que medem a temperatura do ambiente, umidade e conforto térmico, cientistas chegaram a conclusão de que esses verões extremamente quentes têm 70 vezes mais chances de ocorrer do que nos últimos 40 anos. Com isso, estima-se que a partir de 2030 haja uma chance de 50% de que o verão de cada ano seja mais quente do que o verão do ano anterior.
Até 2100, há uma estimativa de que haja ondas de calor que irão impedir as pessoas de trabalharem ao ar livre. Francis Zwier, diretor do Consórcio de Impactos Climáticos do Pacífico, da Universidade de Vitoria, Canadá, explica que esse aquecimento excessivo já acontece em alguns lugares do mundo, “Nos últimos 10 anos, os verões têm se tornado notavelmente mais quentes. Partes da China e leste da Ásia já estão experimentando verões com recorde de calor”.
No último verão, uma onda de calor apelidada de “Lúcifer”, causou grandes problemas em todo o hemisfério norte. Foram relatados incêndios em florestas de Portugal e verões mais longos do que o normal e com recorde de calor em alguns lugares dos Estados Unidos, como na Califórnia e em Oklahoma.
Problema causado pelo homem
O novo estudo ajuda a entender o impacto da ação humana no clima. As causas já são mais do que conhecidas “Nós temos mais de 95% de certeza que a emissão humana de CO2 (dióxido de carbono) e outros gases de estufa são a causa primária. As evidências são muito fortes”, afirma Zwier.
O aquecimento global traria sérias consequências para o meio ambiente e para a vida humana, principalmente nas grandes cidades. Há riscos até mesmo de colapso das redes de eletricidade, já que dispositivos como ventiladores e ar condicionado seriam cada vez mais usados, levando a uma sobrecarga.
