Como vamos reagir se descobrirmos vida alienígena, segundo psicólogos

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O ser humano continua firme e forte em sua jornada por busca de vida alienígena em algum canto do universo. Recentemente, astronautas da Estação Espacial Internacional (EEI) encontraram micro-organismos vivendo no exterior da sonda, mas tudo indica se tratar de bácterias oriundas do nosso planeta. De qualquer forma, a psicologia já se prepara para uma questão que não imaginamos muito: como o ser humano irá reagir se descobrirmos vida extraterrestre um dia?

Foi o que fez um grupo de psicólogos da Universidade do Estado do Arizona, nos EUA, a partir da chamada Iniciativa Interplanetária. “Uma das questões iniciais (da iniciativa) que despertam nossa curiosidade é como iremos responder se descobrirmos evidências de vida alienígena”, disse o psicólogo Michael Varnum, líder da iniciativa.

Ainda de acordo com o pesquisador, ninguém jamais realizou uma pesquisa semelhante para descobrir os efeitos psicológicos da possível descoberta de vida alienígena, mesmo que sejam seres microscópicos.

Varnum, com o apoio de cientistas planetários, já conduziu três estudos com relação a esse tema, que foram publicados no mês de novembro, mas ainda carecem de revisão.

Na primeira parte do estudo, Varnum e os demais coautores analisaram a resposta da mídia a respeito de cinco descobertas extraterrestres, entre os anos de 1967 e 2017. O objetivo era analisar a quantidade de palavras positivas e negativas nas notícias. E essas reações, no geral, foram muito boas.

“A reação pareceu ser muito mais positiva do que negativa”, explicou Varnum.

Na segunda parte, os responsáveis pelo estudo pediram para que os participantes, escolhidos online, descrevessem suas reações a uma possível descoberta de microorganismos extraterrestres. Cerca de 500 pessoas relataram seus sentimentos sobre o tema, e da mesma forma que a mídia, a reação foi geralmente positiva.

Por fim, a terceira a última parte mostrou a 250 pessoas dois artigos diferentes sobre o assunto: um artigo de 1996 do New York Times, sobre a descoberta de nanobactérias em um meteorito oriundo de Marte, que estava na Antártida (que até o então presidente dos EUA, Bill Clinton, enalteceu, mas depois foi descoberto que se tratava apenas de depósitos minerais); e uma artigo de 2010, do mesmo jornal, sobre a criação de vida sintética pelo geneticista Craig Venter. Os dois artigos não estavam datados.

Os participantes também responderam de forma positiva, apesar dessa resposta ser ainda mais positiva no caso do meteorito de Marte.

Levando em conta esses resultados, o psicólogo Gordon Pennycook, da Universidade de Yale está “bem confiante” de que a resposta deve ser positiva, se um dia descobrirmos vida alienígena.

Apesar disso, o próprio Michael Varnum alertou que os resultados podem não refletir a resposta da humanidade como um todo, já que a pesquisa foi conduzida em cidadãos americanos.

E o pesquisador lembra que se essa notícia chegar um dia, já podemos esperar que seja justamente a respeito do encontro de micro-organismos, já que por 2.9 bilhões de anos, a vida na Terra foi microscópica. Se a evolução em outros mundos for igual a que ocorreu aqui, essa é a principal probabilidade de encontrarmos vida alienígena.

“É mais provável  que encontremos micróbios ou vírus ao invés de, vamos dizer, civilizações inteligentes vivendo em Vênus”, disse Varnum.

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