A mente humana pode ser facilmente manipulada e memórias falsas podem ser implantadas em qualquer pessoa. Pelo menos é o que pesquisas recentes no campo da psicologia cognitiva têm mostrado.
A pesquisadora Elizabeth F. Loftus é conhecida por estudos que mostram como memórias falsas podem ser criadas e como as pessoas podem ser influenciadas por informação falsa depois da ocorrência de determinado evento. Ela recentemente mostrou que memórias podem ser também distorcidas.
Loftus conduziu um teste onde pessoas assistiam vídeos de acidentes de trânsito e assaltos. Então, essas pessoas eram forçadas a acreditar que detalhes dos vídeos eram diferentes do real, como o cabelo do assaltante, ou placas de trânsito que estavam lá ou não.
A pesquisadora falou ao Business Insider sobre como essa pesquisa levou até a possibilidade do implante de memórias falsas. “É muito fácil distorcer memórias de detalhes que eles realmente viram substituindo-as com informação sugestiva, mas depois começamos a nos perguntar o quão longe poderíamos ir com as pessoas. Você poderia implanter memórias falsas inteiras na mente das pessoas, de coisas que nunca aconteceram?”, contou Loftus.
Ela e a pesquisadora Julia Shaw afirmam ter conseguido implantar memórias falsas com sucesso na mente de pessoas. Elas teriam conseguindo fazer 70% das pessoas em um estudo acreditarem que teriam cometido crimes, usando apenas técnicas de recuperação de memória em entrevistas.
Uma ideia antiga
A ideia de implantar memórias falsas em seres humanos data de pelo menos 110 anos atrás. Em 1906, Hugo Münsterberg, então chefe do laboratório de psicologia da Universidade Harvard e presidente da Sociedade Americana de Psicologia estudou o assunto.
Ele explicou que quanto mais absurda e imaginativa for a ideia falsa, mais facilmente ela pode ser implantada. Münsterberg citou o caso de um homem que foi acusado de um assassinato e acabou sendo forçado a confessar, mesmo sendo inocente e tendo álibis. A ideia de que era culpado teria sido implantada a força em sua mente.