Pesquisadores descobriram um grupo de células de uma região específica do cérebro que podem ser as responsáveis pelo vício em nicotina. Esses neurônios podem ajudar a descobrir uma forma mais eficaz de inibir o vício.
Os cientistas da Universidade Rockefeller, em Nova York, Estados Unidos, isolaram esses neurônios específicos nos cérebros de ratos e dessa forma foram capazes de “manipular” o vício em nicotina dos animais.
As células se encontram na parte central do cérebro, em duas áreas chamadas habênula medial e núcleo interpeduncular (IPN, na sigla em inglês), que já foram anteriormente relacionadas ao vício. Essa região do cérebro é um dos sistemas mais primitivos do órgão e é muito parecido em humanos e ratos.
Quando expostos à nicotina, a habênula manda um sinal para o IPN, que diminui a sensação de prazer causada pela droga, com a intenção de interromper seu consumo. O vício em nicotina acontece quando o indivíduo perde a sensibilidade ao estímulo negativo do IPN.
O grupo de neurônios descobertos, chamado pelos cientistas de Amigo1, está localizado no IPN e muda de comportamento em indivíduos viciados, o que pode ser a chave para entender como o vício funciona no cérebro.
A pesquisadora chefe e neurocientista Inez Ibanez-Tallon, da Universidade Rockefeller, resume a atividade que ocorre nessa região do cérebro. “Se você é exposto à nicotina por um longo period, você produz mais substâncias químicas que perturbam o sinal e isso tira a sua sensibilidade”, explicou.
Ratos fumantes
Os pesquisadores anularam a ação das células Amigo1 em um grupo de ratos que beberam água com nicotina. Os animais foram então tiveram a opção de entrar em 2 lugares, sendo que um deles era onde a água com nicotina era servida. Eles não mostraram nenhum interesse na droga, enquanto outros ratos “viciados” que não tiveram os neurônios Amigo1 desativados continuaram consumindo a substância.
Como as estruturas cerebrais de ratos e humanos são muito similares, os pesquisadores acreditam que os resultados do teste podem ser importantes para entender melhor o funcionamento desse mecanismo em humanos. “O que tudo isso nos diz é que the o caminho habênula-IPN é importante para o fumo em humanos”, conclui Ibanez-Tallon.