Ter uma nacionalidade é algo praticamente certo em nossas vidas desde o nascimento. Mas abaixo, você irá conferir 10 casos curiosos de pessoas que são apátridas, ou seja, não pertecem a nenhuma nação do planeta. E isso é uma verdadeira dor de cabeça, já que elas não podem retirar passaportes ou usufruir de certos serviços sociais, por exemplo.
Você pode estar se perguntando se é realmente possível alguém não ter uma nacionalidade. Mas por incrível que pareça, isso é mais fácil do que aparenta. Entenda mais sobre isso abaixo.
10) Vasily Babina
Vasily Babina estava preso na União Soviética e prestes a ser executado quando o país deixou de existir. Sua prisão, então, ficou sob controle da Rússia, que baniu a pena de morte seis meses após a queda da União Soviética.
Ao invés de morrer, Babina ficou 26 anos preso e foi liberado em fevereiro de 2017. E aí, percebeu que não tinha mais nacionalidade, já que a União Soviética não existia mais. Por conta disso, foi declaro um imigrante ilegal e teve de ficar retido em um centro de imigração.
9) Mike Gogulski
Em 2008, Mike Gogulski foi até a embaixada dos EUA na Eslováquia e abriu mão de sua cidadania americana. Depois, queimou seu passaporte, o que faz de Gogulski uma pessoa sem cidadania. Acredita-se que ele foi a única pessoa no mundo a fazer isso deliberadamente.
Gogluski afirmou que fez isso por que não concordava com certas questões do governo americano. Além disso, afirmou que ninguém lhe perguntou se realmente queria ser um cidadão americano.
Como queimou seu passaporte, Gogulski não conseguirá deixar a União Europeia e nem pode tirar outro por não ter nenhuma nacionalidade. Pelo menos, conseguiu um documento de identificação com o governo da Eslováquia.
8) Mahran Karimi Nasseri
Merah Karimi Nasseri era um iraniano que perdeu sua cidadania após se revoltar com o governo do país na década de 70. Ele também teve de procurar exílio em outra nação, e a Bélgica aceitou seu pedido.
Posteriormente, decidiu ir para o Reino Unido por conta das leis da União Europeia, mas não conseguiu e foi deportado para a França após perder a mala com seus documentos pessoais.
Mas por conta disso, as autoridades francesas trambém não permitiram que o homem continuasse no país. Sua prisão foi cogitada, mas acabou descartada por ter entrado na França legalmente.
Por conta disso, viveu em um aeroporto na França de 1988 até 2006. Ele ganhou a permissão de viver legalmente em Paris apenas em 2008.
7) Sonia Camilise
Em 2008, Sonia Camilise descobriu que não tinha mais nacionalidade após a República Dominicana não mais reconhecê-la como cidadã, após não mostrar documentos que provavam que seu pai haitiano morava legalmente no país. E o Haiti também negou para Camilise a cidadania.
Mesmo após viver na República Dominicana por toda sua vida e ter uma mãe nascida no país, as autoridades locais continuaram afirmando que seu pai não era um imigrante legal. Assim, Camilise continuou sem nacionalidade.
Ela até pode continuar a viver no país, mas não poderia, por exemplo, se casar ou fazer faculdade, além de não poder sair da Republica Dominicana, já que não pode tirar passaporte.
6) Eliana Rubashkyn
O caso de Eliana Rubashkyn é bem curioso. Ela, na verdade, era ele, e se chamava Luis Rubashkyn até descobrir que tinha cromossomos dos dois sexos.
Luis optou por se transformar em Eliana, mas mal sabia que isso causaria um problema com as autoridades da Universidade de Taipei, em Taiwan, onde estudava, que lhe pediram para atualizar o passaporte. Como nasceu na Colômbia, precisou ir até Hong Kong para fazer isso (a Colômbia não possui embaixada em Taiwan), mas as autoridades locais não permitiram sua entrada por que seu documento falava que ela era ele.
Eliana até pode entrar em Hong Kong, mas sem o seu passaporte. Ela ficou presa no país por meses e teve de dormir nas ruas. Ela ganhou o status de “refugiada de gênero” da ONU, só que por conta disso, perdeu sua cidadania colombiana.
Por ter realizado um tratamento hormonal, não conseguiu pedir asilo para vários países, até que em 2014, a Nova Zelândia aceitou o pedido. No entanto, Eliana permanece sem nacionalidade, já que só pode pedir a cidadania neozelandesa após morar no país durante cinco anos.
5) Muhammad Idrees
Muhammed Idrees foi uma vítima das tensas relações entre Índia e Paquistão. Ele nasceu na Índia, mas migrou para o Paquistão após seu casamento, onde ganhou a cidadania paquistanesa.
Mas seus problemas começaram em 1999, após ir até a Índia para visitar o pai doente. Só que ele morreu logo após sua chegada, o que fez permanecer no país três dias além do permitido. Por conta disso, ficou preso por 10 anos sob a acusação de ser um espião paquistanês.
Depois, tentou voltar para o Paquistão, mas as autoridades locais também não permitiram sua entrada por não considerá-lo mais um cidadão local. O motivo é que sua mulher se separou dele e sua família o deserdou. E seu passaporte expirou em 2003.
Por conta disso, está preso na Índia desde então, sem ter qualquer nacionalidade.
4) Eun-ju
Eun-ju é uma jovem que deveria ser norte coreana ou chinesa, mas não é reconhecida por nenhuma das nações. Sua mãe e sua avó eram norte coreanas até decidirem fugir para a China. Lá, a mãe se casou com um homem com descendência chinesa e coreana, mas desapareceu em 2006. Em em 2007, seu “pai” morreu em um acidente de carro.
A avó de Eun-ju, posteriormente, conseguiu o asilo na Coreia do Sul, mas a jovem não teve o mesmo sucesso. O motivo é que as leis sul coreanas proibem a cidadania para uma pessoa que não tenha mais os pais, mesmo que um avô ou avó esteja vivo.
3) Sze Chung Cheung
Sze Chung Cheung é filho de mãe belga com um pai que veio de Hong Kong, mas não é cidadão de nenhum país. Ela nasceu em Hong Kong e até tinha a cidadania belga, mas acabou a perdendo. É que as leis belgas exigem que pessoas nascidas fora do país morem na nação entre os 18 e 28 anos ou que mostrem o desejo de manter a cidadania antes dos 28. Ele não atendeu nenhum dos dois critérios.
É um caso semelhante aos dos irmãos gêmeos Marc e Louis Ryckmans, dois belgas que nasceram em Hong Kong e perderam a cidadania sob circunstâncias semelhantes. Diferente de Cheung, o pai dos gêmeros era um belga-australiano, enquanto que a mãe era chinesa. E nenhum dos três países aceitou dar aos irmãos a cidadania.
2) Frederick Ngubane
Frederick Ngubane afirma ser sul africano, mas o país não concorda. Ele perdeu sua certidão de nascimento, o que provaria sua nacionalidade.
Ngubane tinha apenas 3 dias de vida quando sua mãe foi para o Quênia após seu pai morrer. Ela foi assassinada em 2002 e ele acabou indo para Uganda com a ajuda de um amigo de sua mãe. Mas ele também morreu em 2008 e Ngubane decidiu retornar para a África do Sul em 2009.
Ele visitou o consulado sul africano no Quênia pedindo um visto, que foi negado. Mas até conseguiu viajar para o país por conta de sua certidão de nascimento, que perdeu após um taxi em que estava ser roubado. Desde então, não tem nenhuma nacionalidade, seja ela sul africana, queniana ou ugandesa.
1) Maha Mamo
Maha Mamo nasceu no Líbano e seus pais são sírios. Mas ela e seus irmãos não possuem nacionalidade. Eles não são considerados libaneses por que o pai não era libanês, como as leis do país exigem. Mas também não são sírios, já que a nação não reconhece casamentos entre cristãos e muçulmanos, como ocorreu no caso de seus pais.
Por conta da falta de uma nacionalidade, Mamo e seus irmãos não conseguiam trabalho ou poderiam fazer uma viagem. E foi justamente nosso país que os ajudou, após a embaixada brasileira no Líbano lhes oferecer vistos humanitários e documentos para viagem.
Mas a vinda para o Brasil foi um desafio, já que Mamo e seus irmãos não conheciam ninguém por aqui, mas conseguiram um lar temporário com uma família. Eles são apenas três do milhares de refugiados sírios que vieram para o Brasil como forma de fugir da Guerra Civil na Síria.