Vênus é o outro planeta vizinho da Terra, mas ao contrário de Marte, ninguém acredita que haja vida por lá. Porém, um estudo mostrou que a vida em Vênus pode estar onde ninguém imagina: nas densas nuvens do planeta.
A pesquisa foi feita por cientistas Rakesh Mogul, da Universidade Politécnica Estadual da Califórnia, e Sanjay Limaye, do Centro de Engenharia e Ciência Espacial da Universidade de Wisconsin-Madison, ambos nos Estados Unidos.
Eles analisaram imagens em ultra-violeta da atmosfera venusiana, especialmente da camada de nuvens que cobre a superfície do planeta. Nessas nuvens, foram detectadas partículas desconhecidas que absorvem a luz do Sol e que possuem um tamanho próximo ao das bactérias terrestres que vivem em ambientes muito ácidos, como são as nuvens de Vênus.
A superfície de Vênus é quase totalmente coberta por uma espessa camada de nuvens, formadas em sua maioria por dióxido de carbono, ácido sulfúrico, nitrogênio e monóxido de carbono. Essas nuvens provocam uma espécie de efeito estufa eterno no planeta vizinho, o que faz a superfície ter temperaturas de até 470 graus e uma pressão atmosférica 90 vezes maior do que a da Terra.
As sondas que atualmente estudam o planeta não estão equipadas para avaliar essas novas partículas descobertas nas nuvens, mas a descoberta pode ser muito importante para futuras explorações no vizinho menos conhecido do nosso planeta.
A grama do vizinho já foi mais verde
Embora hoje a superfície de Vênus seja extremamente inóspita e improvável de abrigar qualquer tipo de ser vivo, os cientistas acreditam que há alguns milhões de anos o planeta chegou a possuir água líquida e condições muito próximas às da Terra atual.
Caso as partículas encontradas nas nuvens do planeta sejam mesmo colônias de bactérias, é possível que elas sejam as últimas remanescentes de um ecossistema que já foi mais ativo em épocas anteriores. Segundo os pesquisadores, se forem bactérias, elas se agrupam de forma semelhante a pequenas algas marinhas terrestres.