O desenvolvimento de inteligência artificial tem atingido várias áreas da vida humana, mas como muitas coisas, a IA também pode ser usada para o mal. Uma prestigiada universidade da Coreia do Sul está trabalhando no desenvolvimento de armas controladas por softwares de última geração e isso está fazendo com que outros pesquisadores boicotem a instituição.
O Instituo de Ciência e Tecnologia Avançada da Coreia (KAIST, na sigla em inglês) está trabalhando em parceria com a fabricante de armas Hanwha Systems, conhecida por produzir tipos de armas e munições que vão contra regras das Nações Unidas.
Um grupo de pesquisadores de vários lugares do mundo publicou um manifesto onde anuncia boicote ao KAIST por esse motivo. “Em uma época em que as Nações Unidas estão discutindo como conter a ameaça contra a segurança internacional que são as armas autônomas, é lamentável que uma instituição prestigiada como o KAIST procure acelerar a corrida armamentista desenvolvendo tais armas”, escreveram os cientistas.
O manifesto diz ainda que qualquer comunicação ou parceria com a instituição coreana será cortada até que a entidade garanta que não irá trabalhar no desenvolvimento de armas que não necessitam de controle humano.
O presidente do KAIST, Sung-Chul Shin, se defende dizendo que a universidade não irá trabalhar no desenvolvimento das armas. “Como uma instituição acadêmica, nós valorizamos os direitos humanos e os padrões éticos em um grau muito elevado”, afirmou.
Armas autônomas, uma caixa de Pandora
Os cientistas que estão boicotando a universidade afirmam que a junção de armas e inteligência artificial pode ser uma terceira revolução armamentista, que pode levar a guerra a um novo nível de destruição.
Eles alertam para o risco do desenvolvimento desse tipo de tecnologia bélica. “Elas tem potencial para se tornarem armas de terror. Déspotas e terroristas poderiam usá-las contra populações inocentes, removendo quaisquer restrições éticas. Essa caixa de Pandora sera difícil de fechar se for aberta”, conclui o manifesto.
