Ataque químico na Síria deixa mais de 40 mortos; Trump ameaça retaliar

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Um ataque químico na Síria, ocorrido no sábado (7) na cidade de Duma, próxima à capital Damasco, deixou mais de 40 mortos, de acordo com a ONG Defesa Civil Síria.

O acontecimento se deu em meio a uma nova ofensiva das forças do governo após o fim de uma trégua com o grupo rebelde Exército do Islã. O governo nega a autoria do ataque.

De acordo com paramédicos, pessoas foram encontradas dentro de suas casas e abrigos com espuma saindo pela boca. O porta-voz do Defesa Civil Síria, Siraj Mahmoud, disse que foram contabilizadas 42 mortes, mas a ONG não conseguiu continuar as buscas devido ao forte odor e às dificuldades de respiração.

Trump ameaça retaliar

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse em sua conta no Twitter que o presidente russo, Vladimir Putin, a Rússia e o Irã são responsáveis por apoiar o regime de Bashar al-Assad.

“O presidente Putin, a Rússia e o Irã são responsáveis por apoiar o animal Assad. Alto preço a pagar”, escreveu Trump em sua conta no Twitter. “Outro desastre humanitário por razão nenhuma”, continuou.

O conselheiro de segurança da Casa Branca, Thomas Bossert, disse que não descarta opções em resposta ao ataque.

Mais de 500 feridos com ataque químico na Síria

Em comunicado conjunto, a Defesa Civil Síria e a Sociedade Médica Síria Americana disseram que mais de 500 pessoas, a maioria mulheres e crianças, foram levadas a centros médicos com dificuldade de respirar, espumando pela boca e olhos ardendo. Os pacientes teriam descrito um cheiro semelhante a cloro. Alguns tinham a pele azulada, em sinal de privação de oxigênio. Os sintomas seriam consistentes com exposição química.

Turquia critica; Rússia nega

A Turquia, que critica o regime de Bashar al-Assad desde o início da guerra civil, disse que o governo “ignorou mais uma vez” os acordos internacionais de banimento de armas químicas.

Aliada a Assad, a Rússia negou que as forças sírias tenham usado armas químicas no ataque.

Já o ministro de relações exteriores do Reino Unido, Boris Johnson, chamou os relatos de um ataque químico na Síria de “extremamente perturbadores” e alertou à Rússia para que não tente bloquear uma investigação internacional.

“Os responsáveis pelo uso de armas químicas perderam toda a sua integridade moral e precisam ser punidos”, disse Johnson, que reiterou apoio a uma investigação da Organização pela Proibição de Armas Químicas.

Papa condena

“Nada pode justificar” o uso de armas químicas contra populações indefesas. Foi com essa frase que o papa Francisco encerrou seu discurso tradicional de domingo, fazendo uma referência ao ataque a gás na Síria.

“Não há uma guerra boa ou ruim, e nada pode justificar instrumentos que exterminam pessoas e populações indefesas”, disse o pontífice. “Vamos rezar para que os políticos responsáveis e os líderes militares escolham outro caminho: o das negociações, o único que pode trazer paz”, afirmou.



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