Você já imaginou que a força utilizada em um simples aperto de mão poderia estar relacionada a habilidades cognitivas? Pois é isso o que um recente estudo feito por pesquisadores australianos, britânicos e suecos sugere.
Publicado na revista Schizophrenia Bulletin, da Universidade de Oxford, o estudo indica que, quanto mais forte um aperto de mão, maiores são os coeficientes de memória visual, tempo de reação, memória numérica, memória prospectiva e raciocínio.
O estudo foi conduzido com 475.397 pessoas moradoras do Reino Unido, com dados coletados do UK Biobak, base de dados de saúde do Reino Unido, entre 37 e 73 anos, além de mais 1162 indivíduos com esquizofrenia.
“Quando consideramos múltiplos fatores como idade, gênero, peso e educação, nosso estudo confirma que as pessoas que têm mais força tendem a ter um melhor funcionamento do cérebro”, disse o autor líder do estdo, Joseph Firth, um pesquisador da NICM Health Research Institute na Western Sydney University, em um comunicado.
Estudando o aperto de mão
Os participantes primeiro tiveram sua força medida ao apertarem um dinamômetro em suas mãos, com cada uma das mãos, e foi usado o valor na mão que os candidatos mais usam. A ‘pontuação’ de cada participante foi usada na análise final.
Depois, os participantes realizaram uma bateria de testes cognitivos de 15 minutos. Os testes consistiam em combinar cartas, resolver problemas de matemática e de lógica em dois minutos, decorar sequências de números, entre outras atividades. Cada teste mediu um campo cognitivo: tempo de reação, raciocínio, memória numérica, memória visual-espacial e memória prospectiva.
Os testes também foram aplicados para as pessoas com esquizofrenia, e, apesar das estatísticas para este grupo serem menores, os pesquisadores ainda identificaram correlação entre apertos de mão e capacidade cognitiva, ao menos na área de tempo de reação e memória visual-espacial.
“Nossa pesquisa mostrou que as conexões entre a força muscular e funcionamento do cérebro também se manifestam em pessoas com esquizofrenia, depressão e transtorno bipolar – todas essas doenças podem interferir no funcionamento regular do cérebro. Isso aumenta a possibilidade de que exercícios que treinam o corpo podem realmente ajudar a saúde física e também mental de pessoas com essas condições”, acredita Firth.