Nem queijo parmesão, nem couve-flor, nem dobradinha. O prato da Suécia conhecido por surströmming é considerado a comida mais fedorenta do mundo. A iguaria é preparada através da fermentação de peixes e é capaz de incomodar pessoas a metros de distância com seu aroma peculiar.
A matéria-prima dessa verdadeira bomba de fedor é o arenque pescado no mar báltico, logo antes da desova. O peixe é submetido a uma forte salmoura, depois é limpo e colocado em uma nova salmoura, dessa vez mais fraca.
Essa etapa dura até que os peixes comecem a literalmente fermentar. As espinhas dos arenques vão reagindo com a salmoura, que continua a ser alimentada com mais sal enquanto a fermentação ocorre e é aí que são liberados os gases que causam todo o estrago pelo qual o surströmming é famoso.
Entre os ácidos e gases produzidos no processo, que leva de 1 a 2 meses, está o sulfeto de hidrogênio, um dos grandes vilões dessa história. É ele o responsável por outros cheiros extremamente desagradáveis como o da carne em decomposição e do ovo podre.
Ao atingir o ponto certo, o surströmming é então enlatado e se torna a verdadeira arma química que pode ser comprada nos supermercados da Suécia. Na verdade, o processo de fermentação continua dentro da lata, que não raro é vista completamente estufada nas prateleiras, como acontece com alguns produtos que já passaram bastante da data de validade.
Alguém come isso?
Embora seja um prato típico e muito conhecido na Suécia, o surströmming não é unanimidade nem mesmo por lá. O alimento tem um cheiro tão ruim que são necessários alguns cuidados para consumi-lo.
Como a lata geralmente está inchada, é recomendado que ela seja aberta dentro de um recipiente com água, já que jatos de caldo com cheiro de cadáver não são raros. É costume consumi-lo com batatas cozidas, mas sempre ao ar livre, para incomodar o menos possível as pessoas que vão estar em volta de quem está comendo.
