Se você morre de medo de ir ao dentista, mas acha que disfarça bem, é bom rever seus conceitos. Segundo um estudo, o odor do corpo pode denunciar o pavor do paciente e isso pode ser prejudicial no atendimento, pois pode desconcentrar o profissional.
Já é reconhecido pela ciência que o corpo humano exala determinados odores, ou feromônios que variam com as emoções sentidas no momento. Esses cheiros, que nem sempre são percebidos de forma consciente, são detectados de alguma forma por outras pessoas e podem ter grande influência em vários fatores.
É aí que entra a pesquisa da italiana Valentina Parma, da Escola Internacional de Estudos Avançados de Trieste (SISSA, na sigla em italiano), que comparou esses odores naturais do corpo humano com o índice de erros em procedimentos odontológicos.
O teste foi feito de forma inusitada: 24 voluntários foram submetidos a exames odontológicos onde ficaram com medo e depois trocaram de camiseta. Eles assistiram então uma palestra tranquila e novamente tiveram suas camisetas confiscadas.
As camisetas com “cheiro de medo” e as sem odor foram então submetidas a um tratamento com spray anti-odor e colocadas em manequins onde estudantes de odontologia fizeram procedimentos. Foi então constatado que os erros aumentavam consideravelmente nos manequins que estavam com as camisetas de quem passou medo.
Medo tem cheiro?
O motivo disso provavelmente envolve trocas hormonais que ultrapassam a questão do olfato, já que nenhum cheiro propriamente dito foi sentido. No entanto, os feromônios do medo atrapalham os profissionais, o que por si só já é motivo para gerar mais medo.
Os pesquisadores pretendem expandir os estudos para entender melhor esse processo, mas não é descartada a criação de algum tipo de desodorante “anti-medo”. Por enquanto, tudo o que pode ser feito é manter a calma. A sua e a do seu dentista.
