Ainda na década de 70, cientistas da Nasa descobriram que a temperatura da Lua subiu 2 graus desde que um ser humano chegou até lá pela primeira vez. Será que o mesmo mal causado pela ação humana na Terra também acabou atingindo nosso satélite? É o que cientistas estão tentando descobrir.
O aumento da temperatura na superfície da Lua foi registrado em arquivos antigos da Nasa, que acabaram se perdendo com o tempo. Esses arquivos foram descobertos recentemente e o cientista planetário Seiichi Nagihara, da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, está se debruçando sobre eles.
Para Nagihara, a ação humana que ocasionou o aumento de temperatura na Lua tem a ver com a poeira lunar, também conhecida como regolito. Ele explica que as pegadas dos astronautas e todo o solo da região por onde eles andaram teria sofrido mudanças, já que o caminhar deles teria espalhado poeira lunar que ficou estática por bilhões de anos.
Isso teria deixado exposto um solo lunar mais escuro, capaz de reter mais calor. De fato, mesmo em fotos mais recentes, é possível ver de forma clara o caminho percorrido pelos astronautas entre o pouso do módulo que os levou até a Lua e os instrumentos de medição que foram instalados. Nesses caminhos, o solo da Lua se apresenta muito mais escuro do que nas regiões próximas.
O mistério dos arquivos da Nasa
Para ter acesso às fitas onde os registros das temperaturas haviam sido feitos, mandados a partir dos equipamentos instalados na Lua pela missão Apollo, os cientistas tiveram que fazer uma grande busca, já que apenas os arquivos de 3 anos da década de 70 estava disponíveis.
Uma pequena parte das fitas foi encontrada no Washington National Records Center, no estado americano de Maryland, mas mesmo assim o conteúdo armazenado lá só registrava 3 meses de medições, de 1975.
Aos poucos, eles foram reunindo mais informações, mas ainda assim existem lacunas não preenchidas. Os pesquisadores continuam vasculhando os arquivos científicos em busca de mais fitas que possam fornecer dados mais precisos.