Estamos vivendo no planeta das galinhas, dizem os cientistas. Mas como esses animais tão comuns na vida humana podem estar praticamente dominando o mundo? Na verdade, a culpa é nossa mesmo. As galinhas são atualmente os vertebrados terrestres em maior quantidade em todo o mundo e são um bom exemplo de como a ação humana vem alterando o planeta de forma muito perceptível.
Para entender melhor a situação das galinhas no mundo, é importante olhar para alguns números. O mundo conta hoje com 23 bilhões de galinhas, uma quantidade enorme comparada mesmo a outros animais criados para alimentação. De 2016 até hoje, foram abatidas 65,8 bilhões de galinhas no mundo, contra “apenas” 1,5 bilhão de porcos e 300 milhões de bois.
Dessa enorme quantidade, 70% é criada de forma intensiva, exclusivamente para o abate, o que resulta em um giro muito grande, que faz a quantidade de galinhas no mundo aumentar cada vez mais. A indústria da criação de galinhas causa um impacto enorme no planeta.
Cientistas afirmam que no futuro, quando forem analisadas as rochas e solo da época atual, os pesquisadores vão encontrar materiais como garrafas plásticas e outros poluentes, mas também ossos de galinha em grande quantidade.
Especialistas em evolução também apontam a ação do homem quando comparamos as espécies atuais com as galinhas antigas. Nenhum outro animal teve modificações tão rápidas na história do planeta quanto a galinha e isso só aconteceu devido à manipulação humana.
Maior, mais rápido e em mais quantidade
Foi a partir da década de 50 que começaram a surgir os primeiros métodos de engorda rápida de frangos para consumo. Desde então, as aves vem sendo criadas com alterações genéticas para se reproduzirem em maior quantidade e dar origem a indivíduos maiores, tudo isso feito de forma cada vez mais rápida.
A galinha comum é descendente de uma espécie que originalmente vivia no sudeste da Ásia, da qual não existem mais exemplares selvagens. O animal foi domesticado por humanos pela primeira vez há aproximadamente 8 mil anos.