Ratos são uma praga desde sempre, mas a guerra contra os roedores está ficando cada vez mais difícil e o aquecimento global é um dos maiores responsáveis por isso. A urbanização acelerada e o aumento da temperatura média do planeta de uma forma geral colaboram com os ciclos de reprodução desses animais, que estão se tornando uma verdadeira dor de cabeça em todos os lugares.
O aquecimento global e a urbanização estão certamente sendo comemorados pela enorme população de roedores no mundo e deveriam estar sendo lamentados pelos seres humanos. Um estudo da Universidade de Cornell mostrou que só nos Estados Unidos, ratos são responsáveis por um prejuízo anual de cerca de 19 bilhões de dólares, ou 74 bilhões de reais. Os animais causam danos a construções além de trazerem doenças e tornarem alimentos inutilizáveis.
Em relação ao aquecimento global, o aumento de temperatura faz com que o ciclo de reprodução dos roedores fique mais longo, permitindo que eles se reproduzam ainda mais. Para se ter uma ideia, um casal de ratos pode em um ano dar origem a um ninho com aproximadamente 1250 indivíduos. Com temperaturas mais altas, esse número tende a aumentar.
E não vai faltar moradia para essa legião de roedores. Segundo as Nações Unidas, hoje 55% da população mundial vive em cidades, número que em 2050 chegará aos 70%. Isso significa mais abrigo e comida não só para os humanos, mas principalmente para os ratos.
Perdendo a guerra de “lavada”
Os ratos estão entre os animais mais mortais do mundo, superando até mesmo grandes catástrofes. Estima-se que nos últimos mil anos, os roedores tenham provocado mais mortes do que todas as guerras travadas nesse período, mesmo que de forma indireta, como no caso da Peste Negra, epidemia medieval europeia em que o rato não foi o causador, mas sim o veículo de piolhos e carrapatos originalmente humanos que se espalharam através dos animais.
Os métodos atuais para conter a praga são simplesmente ineficazes, como quando são colocados gatos para caçar os ratos, ou perigosos, como no caso de venenos que também são nocivos ao ser humano. Soluções alternativas como contraceptivos para as fêmeas estão sendo estudadas, mas o problema está longe de ser resolvido.