Em 1º de julho de 2019, o Exército Brasileiro criou uma polêmica ao homenagear em suas redes sociais o militar alemão Otto Maximilian. Mas quem foi ele? O major do exército alemão lutou na Segunda Guerra Mundial nas forças de Hitler, sendo inclusive condecorado pelo Führer do nazismo. Ele foi assassinado no Rio de Janeiro, em 1º de julho de 1968.
Eduard Ernest Thilo Otto Maximilian von Westernhagen nasceu em 1923, na Alemanha. De família militar, seu pai e tio lutaram na Primeira Guerra Mundial. Otto comandou uma divisão de blindado e foi condecorado por Hitler em 1943, na França, por sua bravura em combate. Foi gravemente ferido em 1945, quando o Exército Vermelho da União Soviética entrava em Berlim, já bem perto do fim da guerra.
No pós-guerra, por ser considerado um dos maiores especialistas em artilharia da Alemanha, foi recolocado nas forças armadas, agora como consultor. Em 1968, estava no Brasil, como aluno da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército do Brasil, no Rio de Janeiro. Foi assassinado em um ataque do grupo guerrilheiro de oposição á Ditadura Militar conhecido como Comando de Libertação Nacional (Colina).
Os guerrilheiros o confundiram, na verdade, com o capitão do Exército Boliviano Gary Prado, que estava no Brasil frequentando as mesmas aulas que Otto Maximilian. Prado foi um dos responsáveis pela captura de Ernesto “Che” Guevara no ano anterior, cuja morte o grupo armado buscava vingar.
Nazistas no Brasil
Otto Maximilian não foi o único oficial da Alemanha nazista a passar pelo Brasil. Toda a América do Sul era um dos destinos preferidos dos nazistas que fugiam pelas chamadas “ratlines”, rotas de fuga para outros países que eram operadas por governos e até mesmo cardeais da Igreja Católica.
Viveram por aqui, muitos com identidade falsa, o médico Josef Mengele, conhecido como o “Anjo da Morte”, o capitão Herberts Cukurs, o “Carniceiro de Riga”, o sargento Gustav Wagner, a “Besta de Sobibor” e o tenente Franz Stangl, apelidado de “Morte Branca”, entre outros.