A Pedra do Ingá é um dos monumentos mais importantes do país, embora não seja tão conhecido. A rocha esculpida em baixo-relevo é uma testemunha de um Brasil muito anterior à chegada dos portugueses por aqui, tendo se tornado ao longo do tempo um combustível para lendas e antigas histórias que atraem não só cientistas, arqueólogos e historiadores, mas também místicos e ocultistas.
Localizada no município de Ingá, no estado da Paraíba, a 109 quilômetros da capital João Pessoa. Trata-se de um rochedo com 24 metros de comprimento e 3,8 metros de altura, coberto com desenhos talhados em baixo-relevo, onde aparecem os contornos de pessoas, animais, rios e algumas formas não identificadas que segundo alguns, seriam a prova de presença extraterrestre no local.
É claro que os arqueólogos e estudiosos da região não acreditam nisso. “O mais provável é que o painel rupestre guarde em seu baixo-relevo um comunicado bem mais simples do que se imagina. Talvez tenha sido feito para perpetuar alguma tradição do clã e seus heróis do passado”, diz Vanderley de Brito, presidente da Sociedade Paraibana de Arqueologia e um dos responsáveis pelo Sítio Arqueológico da Pedra do Ingá.
Os desenhos foram feitos, estima-se entre 2 mil e 5 mil anos atrás, por habitantes da região. A data não é tão precisa devido a localização da pedra, que fica ás margens do riacho Bacamarte, ficando exposta à umidade das cheias, além de sol, chuva e demais intempéries, o que dificulta a determinação da idade dos traços esculpidos.
Paêbirú
A Pedra do Ingá também tem grande importância na cultura local, sendo peça central em diversas lendas e contos populares. Serviu de inspiração para um dos trabalhos mais importantes da música brasileira, intitulado Paêbirú, primeiro disco do cantor paraibano Zé Ramalho, gravado em parceria com Lula Côrtes.
No álbum, conceitual, a Pedra do Ingá seria um registro da existência de Sumé, uma divindade ou entidade extremamente antiga, que teria “vindo do céu” e ensinado muitas coisas aos indígenas da região, incluindo ciência relativamente avançada, como matemática e astronomia, tendo voltado para o céu em seguida.