O ritual matinal não é muito diferente para a maioria das pessoas: escovar os dentes, lavar o rosto, arrumar a cama. Mas nada disso começa sem tirar aquela remela nos olhos, que se acumula durante a noite e faz com que a gente acorde até com a visão meio embaçada. Mas o que é essa pequena “meleca” que se acumula nos cílios e no canto do olho? Como ela se forma?
Para entender o que é a remela, precisamos entender como o olho se mantém úmido. Assim como todos os mamíferos, o ser humano possui olhos que se mantêm úmidos através de três camadas de substâncias lacrimosas. Uma delas é chamada de meibo, uma substância um pouco oleosa e transparente, que é responsável por manter a lágrima cobrindo a superfície da córnea.
O meibo depende muito da temperatura corporal. Ele é sempre 1º C mais frio do que o corpo e se por acaso acaba esfriando mais, como quando o corpo adormece e relaxa a musculatura, ele acaba se solidificando, passando da substância oleosa para um pequeno “bloquinho” de meleca. É esse bloquinho, por vezes endurecido, que você retira todas as manhãs quando lava o rosto e os olhos com água corrente.
Ele acaba se acumulando e escorre pela raiz dos cílios, caindo por vezes no canto dos olhos, e é perfeitamente normal. É graças ao frágil e delicado meibo que as lágrimas ficam “paradas” nos olhos, sem escorrer. Se não fosse o meibo, ficaríamos chorando o tempo todo.
Na seca
Ao piscar, ativamos as glândulas que produzem o meibo e outras substâncias que formam o chamado filme lacrimal, que cobre a superfície do olho, tornando-o assim úmido. Quando piscamos pouco, ou dependendo de fatores climáticos, o olho acaba ficando seco, irritado e pode causar até problemas de visão em casos mais graves.
Segundo estudos conduzidos no Japão, olhos muito secos podem até diminuir a acuidade visual, complicando atividades como dirigir, por exemplo. Isso mostra como a remela nos olhos é muito mais do que uma meleca incômoda que tiramos sem dó nem piedade pela manhã.
