Na virada do ano, muita gente começou a fazer um balanço da década passada e isso gerou polêmica. Afinal, a década começa em 2020 ou só em 2021?
A confusão pode ser explicada através do tipo de contagem de tempo, utilizando-se o calendário gregoriano, ou a algumas normas mais modernas, definidas pela Organização Internacional de Padronização, a famosa ISO.
Parte da confusão também pode ser explicada quando entendemos a diferença entre década e decênio. Ambos se referem a um período de 10 anos, mas enquanto a década marca períodos específicos dentro de um século – década de 10, década de 20, etc -, o decênio pode começar e terminar em qualquer ano.
Logo, é preciso entender que eles são bem diferentes.
Pelo calendário gregoriano, instituído pelo Papa Gregório XIII em 1582 e adotado por quase todo o mundo, as décadas começam sempre em um ano terminado em 1, e acabam em um ano terminado em 0.
Isso acontece porque antes do ano 1, seguindo esse calendário, vem o ano 1 a.C. (antes de Cristo), e não o ano 0. Dessa forma, a década atual começou em 2011, acabando ao final de 2020.
A mesma confusão ocorreu na virada do ano de 1999 para 2000, marcada pelo medo do chamado Bug do Milênio. O terror era real, mas se o calendário gregoriano for levado em conta, o terceiro milênio e o século XXI só foram chegar no ano seguinte.
Controvérsias
No entanto, o calendário gregoriano, embora usado em boa parte do mundo, não é a única forma oficial de contagem do tempo. A Organização Internacional de Padronização (ISO, na sigla em inglês), possui uma regra para isso, a ISO 8601, que é baseada na medição astronômica do tempo.
A principal diferença da medição astronômica para o calendário gregoriano é a existência do ano 0 antes do ano 1. Com isso, a primeira década começou no ano 0 e terminou no ano 9, valendo a regra até hoje. Dessa forma, segundo a ISO 8601, a década está começando agora, em 2020, e irá terminar em 2029.
A notação da ISO faz mais sentido quando pensamos no conceito de década mais comum, mas a verdade é que não há um consenso quanto ao assunto e a confusão deve se repetir daqui a 10 anos.
