O BBB 20 está dando o que falar graças ao participante Petrix Barbosa, que foi acusado de assédio sexual. Psicólogos analisaram o comportamento dele, tentando entender se o comportamento de assédio pode ser resultado de um assédio sofrido no passado.
Curiosamente, o participante ficou conhecido ao denunciar casos de abuso entre ginastas, algo que é, infelizmente, muito comum.
Petrix entrou no BBB 20 junto com os outros participantes e apenas 3 dias depois, ele já havia tocado nos seios de Bianca, entre outras ações consideradas abusivas. O próprio Petrix já se disse vítima de abuso e, com base nisso, alguns psicólogos comentaram os acontecimentos, em entrevista ao portal ‘Uol’.
Para Yuri Busin, psicólogo e doutor em neurociência do comportamento e diretor do CASME (Centro de Atenção à Saúde Mental – Equilíbrio), é preciso entender como Petrix lida com seus próprios traumas.
“A gente nem sabe se de fato foi um trauma para ele ou não, se ele superou ou não, se ele sofre, se ignora. A gente imagina que dói, mas a gente não sabe se realmente dói, ou se aquela pessoa encarou aquilo de forma fria”, explicou.
O Dr. Wimer Bottura, psicoterapeuta e psiquiatra, afirma que uma pessoa que sofreu algum abuso tem tendência a repetir o ato, mas também diz que tendência não significa certeza.
“A pessoa que foi humilhada, sofreu abuso, tende a repetir esse padrão nas suas relações. Mas tendência não significa determinação, tendência indica uma maior possibilidade”, disse.
Laboratório humano
Christian Dunker, psicanalista e professor da USP, concorda com os colegas, mas também pondera ao mesmo tempo.
Para ele, o confinamento do BBB 20 representa um ambiente extremo, onde as pessoas podem exagerar alguns comportamentos, em uma espécie de instinto de defesa contra um ambiente hostil.
Ele também diz que a tendência não é uma regra e lembra que a mente humana pode ter reações muito diversas ao mesmo tipo de situação.
“Os efeitos de um trauma são imprevisíveis. Eles podem ir desde a repetição até o absoluto isolamento da situação ou o esquecimento de que aquilo aconteceu”, afirma Dunker.