Os governos do mundo inteiro estudam formas de se fazer a contenção e o isolamento da população no combate ao coronavírus. Uma das alternativas é o chamado isolamento vertical, proposto inclusive pelo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
A ideia é resguardar os grupos de risco da população e não colocar a economia em risco, mantendo a maioria das instituições funcionando normalmente.
O isolamento vertical consiste basicamente em manter em quarentena apenas as pessoas que pertencem aos chamados grupos de risco em relação ao coronavírus.
Com isso, idosos, gestantes, hipertensos, diabéticos e portadores de alguns certos tipos de doenças seriam mantidos em casa, enquanto todo o resto da população circula livremente, mantendo suas atividades diárias.
A ideia é que dessa forma, seria evitada a maioria das mortes, já que elas ocorrem principalmente nesses grupos de risco. As outras pessoas estariam expostas à doença e poderiam vir a contrair o coronavírus, mas por não serem parte dos grupos de risco, se recuperariam.
Essa proposta é apoiada pelo presidente Bolsonaro, embora seja descartada pelas autoridades de saúde, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o próprio Ministério da Saúde brasileiro.
Recentemente, os governos dos Estados Unidos e do Reino Unido, que também apoiavam a medida, resolveram voltar atrás e adotar um isolamento mais generalizado. Essa mudança de opinião por parte deles não é por acaso.
Por que achatar a curva?
O grande problema com o isolamento vertical é que ele não leva em conta a capacidade dos sistemas de saúde de todos os países.
Ao expor a população ao coronavírus, mesmo sendo apenas aqueles que não fazem parte dos grupos de risco, haveria um aumento drástico no número de internações, mesmo que a maior parte dessas pessoas não venha a morrer.
Com muitas internações, os sistemas de saúde entrariam em colapso por falta de leitos e equipamento para manter esses doentes e, aí sim, haveria muitas mortes.
O Reino Unido viu o início desse processo, onde a curva do gráfico ultrapassa o limite da capacidade do NHS, o sistema de saúde britânico, e resolveu adotar outra estratégia.
Caso o isolamento vertical venha a ser adotado de fato, o mesmo deve acontecer nos Estados Unidos e no Brasil, com o SUS apresentando problemas já no fim de abril, segundo o Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta.