Sabemos que as galáxias se agrupam em superestruturas que também se agrupam entre si, em objetos ainda maiores. Um desses é a chamada Muralha do Polo Sul, recém descoberta por astrônomos.
O apelido não é a toa, já que o tal muro composto por galáxias tem 1,4 bilhão de anos-luz. Ela também não está tão distante da nossa galáxia, em termos astronômicos, é claro.
A descoberta foi publicada no The Astrophysical Journal e fala de uma estrutura nunca antes vista, localizada a 500 milhões de anos-luz da Via Láctea, ou seja, relativamente perto.
Ela é feita de gases, principalmente hidrogênio, que formam filamentos nos quais as galáxias aparecem dispostas. A coisa toda se assemelha muito a uma rede neural humana, o que é ainda mais interessante.
Localizada no Polo Sul celestial, a Muralha é encoberta do nosso ponto de vista por uma grande nuvem de poeira, chamada de Zona de Evitamento.
Portanto, ela não foi observada diretamente por um telescópio, mas teve sua localização calculada por meio de sua gravidade, que influencia os objetos a sua volta.
Com esses cálculos, os pesquisadores conseguiram chegar a uma espécie de mapa, onde a Muralha do Polo Sul aparece tendo uma forma curva, como um arco.
Ela se estende até a fronteira do superaglomerado de galáxias chamado de Laniakea, onde estamos. A palavra significa “céu imenso” no idioma nativo das ilhas do Havaí.
Conhecendo o entorno
A descoberta de um aglomerado de galáxias como a Muralha do Polo Sul implica em muitas novidades, tanto no campo filosófico, como no astronômico.
A parte filosófica fica por conta de entendermos melhor o lugar onde vivemos, a um nível tão alto que fica até difícil de imaginar, é verdade.
Já na astronomia, a descoberta da Muralha coloca em cheque algumas das teorias de como as estruturas do universo se agrupam.
Os cientistas responsáveis pela descoberta afirmam que ainda não têm certeza se a Muralha tem o tamanho que observaram, ou se é ainda maior.
