O título parece ser um tanto sensacionalista, mas é exatamente isso: a Lua está enferrujando e ninguém entende ainda exatamente o motivo disso.
Acontece que os cientistas vêm descobrindo quantidades significativas de hematita na superfície lunar e essa substância é uma forma de ferro oxidado. No entanto, não deveria haver nada no satélite que permitisse que algo enferrujasse.
Na Terra, a formação de hematita requer a presença de oxigênio e água, elementos extremamente escassos na Lua.
Para tornar tudo ainda mais improvável, o nosso satélite é frequentemente bombardeado por hidrogênio, vindo dos ventos solares. O hidrogênio funciona geralmente dificultando a oxidação, porque fornece elétrons para o elemento que está se deteriorando.
A única teoria que faz sentido em um cenário como esse, é facilmente provada pela distribuição da hematita na Lua, geralmente mais próxima dos polos.É também nos polos que fica a maior quantidade de água em todo o satélite, quase toda em forma de gelo.
No entanto, é possível que impactos de pequenos asteroides e outros objetos ajudem a derreter pequenas porções desse gelo que fariam o trabalho de oxidar o ferro e formar hematita.
Isso deve ter acontecido ao longo de milhões de anos, em um processo lento e difuso, já que dependeria dos impactos. No entanto, essa teoria não resolve todo o mistério e a própria Terra pode ter grande participação no processo de “oxidação” da Lua.
Oxigênio terrestre
Outro dado importante sobre a distribuição da hematita na Lua é que a maior parte se encontra na face do satélite que está sempre voltado para a Terra.
Isso se deve, muito provavelmente, ao fato de que os ventos solares que atingem o planeta acabam “varrendo” um pouco de oxigênio em direção à Lua, o que facilita a ferrugem, representada pela hematita.
Mas, de novo, esse ainda não é o fim do mistério. Isso porque existem regiões com alta concentração de hematita também no chamado lado escuro da Lua, onde não há água congelada e nem o mecanismo de oxigênio vindo da Terra.
Os cientistas agora se concentram e entender como a ferrugem ocorre deste outro lado.