A Cidade do México, capital que leva o nome do país, é uma metrópole tão desenvolvida quanto qualquer grande cidade brasileira. A diferença é que ela está, literalmente, afundando.
O problema é que estudos recentes mostram que não há nada que possa ser feito em relação a isso, dado o nível do estrago já feito nas fundações da cidade, que data dos tempos pré-colombianos.
Os novos dados de satélites e informações que datam de anos anteriores ao uso da tecnologia são piores do que se esperava. Até mesmo nas regiões menos urbanizadas da capital mexicana está havendo um afundamento que pode chegar a 50 centímetros por ano.
Isso acontece porque o lago onde a cidade se encontra está secando após anos de crescimento urbano, fazendo com que os sedimentos do fundo se comprimam e quebrem.
Ainda nos anos 50, a Cidade do México parou de captar água de seu subsolo, como uma medida para diminuir a pressão sobre a camada de argila.
Com isso, por muito tempo a cidade passou a afundar apenas 9 centímetros por ano, mas os últimos anos estão piores, até mesmo pela fundação rasa com que os edifícios são construídos, o que coloca ainda mais pressão na camada de argila.
A situação é irreversível e pior no centro histórico da cidade. O cenário pode gerar um caos na infraestrutura da Cidade do México, incluindo não só o dano a construções, mas também a poluição da água potável, com o colapso dos esgotos e possíveis enchentes, com a água da chuva que escorre através das montanhas que cercam a metrópole.
A vingança de Montezuma?
O que hoje chamamos de Cidade do México surgiu por volta do ano de 1325, quando o povo mexica, também conhecido como azteca, criou pequenas ilhas artificiais no lago Texcoco.
A água salobra do lago seria represada, criando um espaço de água limpa, e as ilhas iriam se unir e crescer em área, originando a cidade de Tenochtitlan, capital do Império Azteca e uma das maravilhas do Novo Mundo.
Quando os espanhóis a conquistaram, Tenochtitlan se tornou um grande centro administrativo dos territórios europeus nas Américas.
Ao longo dos séculos a cidade cresceu e ocupou praticamente todo o lago. Esse crescimento desenfreado, não planejado, ao contrário do que faziam os mexicas, é o responsável por esse colapso eminente e sem solução.