ESQUEÇA as previsões feitas pelos videntes, um asteroide da ordem de 2,5 milhas (4 km) sobre o qual a NASA não sabe nada, irá colidir com a Terra neste mês, uma vez que cientistas admitem que estas três rochas espaciais bem reais poderiam, de fato, atingir nosso planeta e causar a sua devastação.
Dois destes asteroides gigantescos poderiam, até mesmo, atingir o nosso planeta na geração dos nossos netos, admitiu a NASA e a Agência Espacial Europeia.
Esses pedregulhos cósmicos estão em uma lista da NASA de asteroides potencialmente perigosos (sigla em inglês, PHA) que, de fato, representam um risco real de colisão.
Histórias assustadoras têm rodado a Internet sobre um asteroide, aparentemente fictício, que, além de possuir um grande poder de destruição, estaria prestes a atingir Porto Rico a qualquer momento, por isso, nunca houve tanto interesse em rochas espaciais em rota de colisão com a Terra quanto agora.
A NASA assegura que não há motivo para nos preocuparmos com essas mirabolantes teorias da conspiração, ao passo que, se uma pedra desse tamanho estivesse prestes a colidir com a Terra, ela já apareceria em qualquer radar.
A agência espacial norte-americana até mesmo alegou que desconhece qualquer rocha significativa que pudesse atingir a Terra nos próximos séculos.
Uma investigação feita pelo Express.co.uk descobriu que toda essa história diz respeito a um asteroide chamado 1950 DA – uma rocha gigante que poderia atingir a Terra em 2880.
Mas a investigação também identificou dois outros asteroides de tamanho significativo que a NASA monitora, dado que ambos possuem potencial de colisão em um futuro não tão distante, algo como 2175 e 2185, respectivamente, quando alguns dos netos mais novos dos nossos leitores ainda poderiam estar vivos.
O mais provável destes dois a atingir nosso planeta, de acordo com a lista dos asteroides PHA da NASA, é um chamado 2009 FD – com tamanho estimado de aproximadamente meio quilômetro de diâmetro.
Se ele atingir o oceano, haveria tsunamis devastadores, e, se caísse sobre áreas povoadas, ele poderia acabar com várias cidades e potencialmente devastar um continente inteiro ou talvez ainda pior.
Em sua lista de asteroides PHA, a NASA normalmente coloca probabilidades de impacto na escala de um em vários milhões ou até bilhões de casos.
Mas a agência americana deu ao 2009 FD, que só foi descoberto há seis anos, a probabilidade de uma em 345 chances de impacto entre 2185 e 2196 – que é praticamente as mesmas chances de uma criança nascer com Síndrome de Down.
As chances são altas porque o asteroide, potencialmente, poderia atingir a Terra em cinco ocasiões distintas ao passar próximo dela.
Alguns astrônomos amadores têm preocupações reais sobre este asteroide, ao passo que a NASA não possui procedimentos testados e efetivos para lidar e evitar uma colisão iminente.
Joe Bauwens, do blog Sciency Thoughts, escreveu: “Espera-se que um objeto desta magnitude entre em linha reta e atravesse a atmosfera terrestre, atingindo diretamente o solo, em um impacto que resultaria em uma explosão mais de 17.650 vezes maior do que a causada pela bomba de Hiroshima, criando uma cratera de mais de 7 km de diâmetro e efeitos climáticos que poderiam durar décadas”.
A previsão é de que o primeiro ano em que nós poderíamos realmente ser atingidos por um enorme asteroide é 2175, pelo pouco maior 1999 RQ36.
Esta rocha possui um potencial de atingir a Terra em 78 ocasiões diferentes, a medida que ela passa nas proximidades entre 2175 e 2199.
A probabilidade de atingir a Terra em uma dessas ocasiões é de 1 em 2.700.
“Se finalmente ficar decidido que o 1950 DA precisa ser desviado, as centenas de anos de antecedência poderiam permitir que se utilizasse um método tão simples quanto espalhar calcário ou carvão, ou até mesmo pequenas esferas de vidro, talvez, na superfície do asteroide ou enviar uma nave espacial movida a vela solar que (…)”
Site da NASA
A NASA está tão preocupada que está planejando enviar, no início do próximo ano, uma sonda espacial não tripulada para recolher amostras de modo a sabermos o que está caminho.
A sonda chegaria lá em 2019 e voltaria com as amostras em 2023.
A data mais provável que se acredita que ele poderia nos atingir é 24 de setembro de 2182.
O escritor de artigos científicos Nicholas Deleon disse: “O 1999 RQ36 é grande”.
“As melhores estimativas ficam em cerca de cinco campos de futebol americano padrão NFL”.
“Algo com este tamanho atingindo a Terra a qualquer velocidade – e ele iria colidir a uma velocidade razoável – certamente causaria destruição em larga escala”.
“Talvez até mesmo extinção em massa.”
Com relação ao tamanho, o mais devastador dos três é o 1950 DA, que nós descobrimos há 65 anos.
Chegando a um tamanho próximo de uma milha – 1,3 km – uma colisão dessas realmente seria um divisor de águas, e, ao invés de apenas afetar continentes, ela poderia, teoricamente, gerar outra era glacial.
Felizmente, a NASA calcula que há apenas um impacto em potencial, previsto para 2880, ou seja, daqui a bastante tempo, e que a probabilidade é de 1 em 20.000, as mesmas chances de ser atropelado e não sobreviver em qualquer período ou pegar algum parasita necrosante.
A NASA monitora as órbitas de todos os asteroides ou cometas que chegam perto de alguns milhões de milhas da Terra.
Mas a agência espacial americana mantém um olhar muito mais atento a um pequeno grupo de cerca de 500 asteroides PHA.
Ela marca a probabilidade deles colidirem partindo de 0, que significa improvável, até 10, ou seja, adeus Viena.
Até agora nenhum da lista apresentou probabilidade acima de zero, mas, curiosamente, nenhum destes três gigantes foram avaliados, uma vez que não se espera que eles cheguem perto da Terra por mais de um século.
Então, todos os três representam riscos reais, ao contrário do asteroide aparentemente fictício de 2,5 milhas, que pode acabar com a gente em 28 de Setembro.
E, atualmente, ninguém ainda desenvolveu uma maneira eficaz de mudar a trajetória de um asteroide.
Tecnologias propostas para “tirá-los de curso” ainda são apenas teorias com testes programados para daqui a muitos anos.
A NASA chegou a conclusão que seria necessário entrar em ação para mudar a órbita de um asteroide cerca de 100 anos antes da data de impacto de modo que a operação seja bem sucedida – assim, no caso do 1999 RQ36, daqui a 60 anos.
A NASA também só tem conhecimento de cerca de 13.000 asteroides no nosso sistema solar – apenas irrisórios 2% do número total estimado – de maneira que perigos maiores poderiam estar escondidos pelo universo.
Em uma seção sobre o 1950 DA, a NASA traz em seu site: “Uma aproximação potencialmente passando muito perto da Terra em 16 de março de 2880 foi descoberta”.
“Análises determinaram que a probabilidade de impacto seria, no máximo, 1 em 300 e, provavelmente, ainda menor que isso”.
“Na pior das hipóteses, isso representaria um risco 50% maior do que a base média de perigo devido a todos os outros asteroides detectados na era atual e até 2880”.
“O 1950 DA é o único asteroide conhecido cujo perigo pode estar acima do nível de base”.
“No entanto, estes são os valores máximos”.
“O limite superior pode aumentar ou diminuir à medida que aprendemos mais sobre o asteroide nos próximos anos.”
“Um conhecimento detalhado do 1950 DA não existe no presente momento e pode não existir durante anos, décadas ou até mais que isso”.
“No entanto, há bastante tempo para aprimorarmos nosso conhecimento”.
“Se finalmente ficar decidido que o 1950 DA precisa ser desviado, as centenas de anos de antecedência poderiam permitir que se utilizasse um método tão simples quanto espalhar calcário ou carvão, ou até mesmo pequenas esferas de vidro, talvez, na superfície do asteroide ou enviar uma nave espacial movida a vela solar que teria como objetivo envolver sua vela refletora ao redor do asteroide.”
A Agência Espacial Europeia tem monitorado o 2009 FD através de enormes telescópios.
Seu site diz: “Um acordo de colaboração com o Very Large Telescope (VLT) da ESO foi firmado, o que permitiu começar um esforço observacional direcionado para obter imagens astrométricas de objetos de alto risco”.
“Esta colaboração garantiu que a equipe NEOCC obtivesse imagens críticas de quase uma dúzia de objetos perigosos”.
Considerou-se que tal asteroide era “o de maior probabilidade de um possível impacto já avaliado”.
A ESA também afirmou que quanto mais se descobrir a respeito do asteroide, mais o grau de risco provavelmente seria reduzido.