O desafio do balde de gelo (em inglês, ice bucket challenge) se tornou uma febre em 2014. Celebridades e anônimos participaram da brincadeira, que consistia em jogar água gelada, preferencialmente com gelo, sobre a própria cabeça.
O intuito do desafio do balde de gelo era promover a conscientização sobre a esclerose lateral amiotrófica (ELA). A doença neurodegenerativa já atingiu nomes conhecidos, como o físico Stephen Hawking, o futebolista Krzystof Novak e os músicos Mike Porcaro e Jason Becker.
Quem não aceitasse participar da brincadeira, deveria doar US$ 100 para a ALS Association, que estuda a doença nos Estados Unidos. E o desafio rendeu bons frutos: a instituição divulgou, recentemente, que arrecadou US$ 115 milhões (cerca de R$ 377 milhões) para financiar pesquisas sobre a ELA. Com o investimento, importantes descobertas sobre o problema neurodegenerativo foram feitas.
Seis estudos foram financiados pelos recursos arrecadados com o desafio do balde de gelo. Um deles é um projeto desenvolvido pelo MinE, que tem o intuito de analisar 15 mil pessoas com doenças do neurônio motor. Essa foi, segundo os pesquisadores, a maior iniciativa envolvendo a ELA.
Concluído e publicado na revista Nature Genetics, o estudo descobriu o gene NEK1, que deve facilitar o desenvolvimento de uma terapia genética para tratar a ELA em sua forma hereditária.
Os pesquisadores sabem que esse é apenas o começo de um campo de descobertas a serem exploradas sobre a ELA. Estima-se que somente 10% dos pacientes da doença em todo o mundo tenham a forma hereditária. Ainda assim, é um avanço – e que pode abrir campo para novos estudos.
Em entrevista à BBC, Lucie Bruijn, representante da MinE, disse: “As análises genéticas avançadas que levaram a essa descoberta só foram possíveis porque havia um grande número de amostras disponíveis”.
Sobre o desafio do balde de gelo
O desafio do balde de gelo foi a grande febre do segundo semestre de 2014. Estima-se que 17 milhões de pessoas tenham participado da brincadeira.
Quem topasse cumprir o desafio do balde de gelo, deveria registrar o momento em vídeo e poderia desafiar outras três pessoas. A corrente se espalhou e artistas, políticos, esportistas e celebridades em geral.
Quem não aceitasse cumprir o desafio, tinha que fazer uma doação para uma instituição de caridade ou, preferencialmente, para algum órgão que estude a ELA. Nos Estados Unidos, por exemplo, era proposto que os “fujões” dessem US$ 100 para a ALS Association, organização que arrecada fundos para a pesquisa sobre a doença e ajuda pacientes.
O desafio foi criticado por muitos internautas, que afirmaram que não passava de “modismo”. No entanto, a iniciativa trouxe frutos muito positivos para a ciência.