A Aids é uma das doenças mais temidas do mundo. A infecção viral não tem cura, ao menos até o momento. Estima-se que 34 milhões de pessoas em todo o mundo sejam portadoras do vírus HIV e acredita-se que, diariamente, quatro mil pessoas morram deste mal.
A temida situação envolvendo a Aids pode estar prestes a mudar com uma recente descoberta de cientistas do CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais). Os pesquisadores brasileiros desenvolveram um método que pode inativar o vírus HIV.
O novo recurso científico utiliza nanopartículas magnéticas. Elas atraem os vírus da Aids e impedem que eles façam ligações com células do organismo.
Logo depois, as nanopartículas magnéticas seriam separadas do sangue com um ímã. Ao removê-las, o vírus também sairia do corpo.
Para o estudo, os cientistas sintetizaram nanopartículas de sílica, composto químico. A performance do componente foi avaliada com o HIV e com o VSV-G, vírus que causa estomatite vesicular.
Método ‘antigo’
A estratégia dos cientistas brasileiros contra a Aids não é inédita na ciência: pesquisadores da Alemanha e da Holanda já utilizaram o recurso com o intuito de amenizar os efeitos da quimioterapia em pacientes con câncer. Entretanto, a performance do método nunca foi estudada com vírus.
A pesquisa foi divulgada na íntegra no artigo “Viral Inhibition Mechanism Mediated by Surface-Modified Silica Nanoparticles“, no periódico científico Applied Materials & Interfaces. O texto é assinado por Juliana Martins de Souza e Silva, Talita Diniz Melo Hanchuk, Murilo Izidoro Santos, Jörg Kobarg e Marcio Chaim Bajgelman, além de Mateus Borba Cardoso, coordenador do estudo.
É eficaz?
Ainda não dá para afirmar se o método é eficiente no combate à Aids. Ele passa por testes e, mesmo após sua aprovação, pode ter efeitos diferentes na prática.
O vírus HIV é conhecido por sua característica mutante, o que fez com que milhões de pessoas morressem desde que a doença foi descoberta, no início da década de 1980. Métodos de controle só começaram a ser mais efetivos a partir dos anos 2000 – antes disso, era feito apenas um trabalho de prevenção.