Pela primeira vez na história, uma equipe de astrônomos pode testemunhar o nascimento de um buraco negro, localizado a cerca de 20 milhões de anos-luz de distância da Terra.
Enquanto os pesquisadores pensavam a muito tempo que os buracos negros se formavam quando estrelas supergigantes entravam em colapso, novos dados do Telescópio Espacial Hubble podem finalmente confirmar esta hipótese.
Segundo o astrônomo Avi Loeb, da Universidade de Harvard em Cambridge, Massachusetts, este pode ser o primeiro indício direto de como o colapso de uma estrela pode levar à formação de um buraco negro.
A equipe de pesquisa, liderada por Christopher Kochanek da Universidade Estadual de Ohio, descobriu o que parece ser um buraco negro recém-formado, isso com base nos dados coletados anteriormente a partir do Telescópio Hubble, que observava uma estrela supergigante vermelha conhecida como N6946-BH1.
De acordo com Nowogrodzki, a estrela N6946-BH1 – uma estrela que tem cerca de 25 vezes mais massa que o Sol – foi observada pela primeira em 2004. Desde então, o Telescópio Hubble tem mantido seu foco sobre os movimentos e a atividade da estrela.
Depois de vasculhar esses dados, a equipe de Kochanek diz ter descoberto que a estrela se acendeu em 2009, tornando-se cerca de 1 milhão de vezes mais brilhante que o nosso Sol, antes de lentamente perder seu brilho.
Comparando isto com novas observações feitas pelo Telescópio Hubble, a pesquisa sugere que a estrela não é mais uma emissora de luz de comprimento de onda visível. A equipe suspeita que a estrela N6946-BH1 pode ter provocado o nascimento de um buraco negro.
A hipótese é que a estrela N6946-BH1 poderia ter entrado em colapso nos últimos anos e seu acendido em 2009 era a consequência de um derramamento de neutrinos.
Isso teria causado uma força gravitacional que fez a estrela cair, permitindo que os elétrons se juntassem novamente com os íons de hidrogênio que flutuavam em torno da estrela – um processo que pode, eventualmente, resultar no nascimento de um buraco negro.
Se este cenário estiver correto, o Telescópio Hubble conseguiu capturar a primeira observação do nascimento de um buraco negro, embora mais estudos sejam necessários para provar isso.
Para confirmar o nascimento do buraco negro, a equipe terá de desconsiderar uma série de outras possibilidades que poderiam ser a causa do acendimento e o desaparecimento da estrela, como uma fusão com outra estrela, ou a chance de que ela talvez tenha se escondido da vista do Telescópio Hubble em uma cortina de poeira espacial.
Enquanto estas são, definitivamente, possibilidades, Nowogrodzki aponta que uma fusão com outra estrela poderia causar um acendimento muito mais brilhante, que não se dissiparia em menos de um ano, e se estrela estiver mesmo escondida por poeira espacial, ela deve reaparecer, eventualmente, na visão do Telescópio Hubble.
Os resultados atuais ainda não foram revisados por pares (revisão paritária), o que significa que, por enquanto, temos que levá-los com uma hipótese.
Mas, para acelerar a investigação, a equipe planeja continuar sua observação da estrela ou buraco negro (potencialmente falando) com o Telescopio Hubble e com o telescópio do Observatório Chandra X-ray da NASA.
Apesar de considerar um “pessimista desagradável”, o pesquisador Christopher Kochanek pensa que é bastante provável que esta seja realmente a formação de um buraco negro.