A famosa promoter de eventos Alicinha Cavalcanti faleceu na última segunda-feira (2) em decorrência de uma doença rara, chamada de Afasia Progressiva Primária (APP).
A APP é uma doença demencial sem cura, mais agressiva que o Alzheimer e que se manifesta inicialmente por meio da linguagem e da neurodegeneração.
De acordo com o neurologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Diogo Haddad, também não existe ainda um tratamento certo para a APP. “A verdade é que nós ainda estamos entendendo a doença”, afirma.
Morte de Alicinha Cavalcanti: o que é a APP?
Haddad descreve a APP como “uma síndrome demencial que se encaixa dentro de algumas variantes da doença de Alzheimer e dentro das demências que chamamos de frontotemporais”.
Existem três subtipos da doença e todas se manifestam por meio de alterações da fala e da verbalização. No entanto, a afasia em si, pode se caracterizar somente como um AVC ou uma lesão neurológica.
A doença pode, além disso, evoluir progressivamente para alterações de memória, funções executivas degenerativas e que podem levar o paciente à morte – que foi o caso de Alicinha Cavalcanti.
Apesar de Haddad explicar que é normal que as pessoas esqueçam palavras durante o dia, os primeiros sintomas podem ser identificados a partir de uma escrita, leitura ou fala. A persistência do esquecimento precisa de investigação.
“O que temos [para tratamento], em sua maior parte, é a reabilitação. […] A própria habilitação cognitiva e a reabilitação com fonoaudiologia especializada diminuem o tempo de evolução da doença. O tratamento medicamentoso é bastante controverso”, diz.
O médico ainda completa afirmando que fatores comportamentais e fisiológicos como comorbidades, tabagismo e alcoolismo podem agravar o quadro evolutivo da doença do APP.